Os cristãos estão fugindo de suas casas no norte de Burkina Faso depois que dois ataques de extremistas islâmicos, nos dias 9 e 10 de junho, deixaram pelo menos 19 mortos, segundo fontes da instituição cristã Barnabas Fund.
As 19 pessoas foram assassinadas na cidade de Arbinda no domingo, 9 de junho, e estão chegando notícias de mais dez assassinatos na província vizinha de Namentenga, ocorridos no dia seguinte. Também existe a informação de 13 pessoas feridas nos ataques.
"Várias dezenas de homens armados realizaram um ataque ao distrito de Arbinda, matando várias pessoas", disse no domingo uma autoridade local à AFP, falando sob condição de anonimato.
Os cristãos, alvos preferenciais dos extremistas, abandonaram suas casas no local. "Não há mais cristãos nesta cidade [Arbinda]", disse um contato do Barnabas Fund. Ele explicou que toda a população de cristãos fugiu por segurança.
“Está provado que eles estavam procurando por cristãos. Famílias que escondem cristãos são mortas. Arbinda já perdeu cerca de 100 pessoas em seis meses”, contou a fonte anônima.
Os contatos locais do Barnabas Fund disseram que 82 pastores e 1.145 cristãos, de 151 famílias, estavam fugindo de diferentes locais no norte de Burkina Faso.
Uma autoridade local disse que o ataque ocorreu entre as 15h e as 17h (local e GMT) quando um grupo de agressores abriu fogo contra moradores.
Uma reunião de emergência estava em andamento na segunda-feira (10) para discutir a situação, disse a autoridade.
Ataques frequentes e violentos
Estes ataques são o quinto e o sexto nas últimas seis semanas. As quatro investidas anteriores deixaram 20 mortos.
Uma fonte da agência AFP, ligada à segurança, disse que domingo de manhã que três veículos foram parados e queimados e um motorista morreu antes do ataque.
Arbinda testemunhou uma onda de violência nos últimos meses, apesar de uma operação para limpar a área de jihadistas.
No início de abril, 62 pessoas foram mortas em ataques jihadistas e conflitos étnicos em Arbinda.
Burkina Faso sofre ataques cada vez mais frequentes e mortais atribuídos a vários grupos jihadistas, incluindo o grupo Ansarul Islam, o Grupo para Apoiar o Islã e os Muçulmanos (GSIM) e o Estado Islâmico no Grande Saara.
A violência assassina dos militantes islâmicos começou em 28 de abril em Silgadji, quando um pistoleiro reuniu um pastor, seu filho e quatro de sua congregação e exigiu que negassem sua fé cristã e se convertessem ao islamismo. Quando eles se recusaram, foram executados um a um.
Depois dos assassinatos de domingo, o contato pediu oração. “Eu sei que vocês estão orando pelas nações em dificuldades, incluindo Burkina Faso. E, por favor, continuem fazendo isso”, disse.