Eutanásia: Evangélicos franceses exortam governo a ‘escolher a vida e não a morte’

O Conselho Nacional dos Evangélicos na França emitiu comunicado defendendo valor da vida.

Fonte: Guiame, com informações do Evangelical FocusAtualizado: terça-feira, 10 de janeiro de 2023 às 18:14
A França está revisando sua lei de eutanásia aprovada em 2016. (Foto ilustrativa: Olga Kononenko/Unsplash)
A França está revisando sua lei de eutanásia aprovada em 2016. (Foto ilustrativa: Olga Kononenko/Unsplash)

O Conselho Nacional Francês de Igrejas Evangélicas (CNEF) publicou uma declaração à Ministra da Saúde, Agnès Firmin-Le Bodo, defendendo o valor da vida. O documento foi divulgado em virtude de a França estar revisando sua lei de eutanásia aprovada em 2016.

De acordo com a Evangelical Focus, em setembro passado, o governo abriu um período de conversação civil de seis meses sobre o assunto. E Emmanuel Macron, que considera a lei ineficiente, disse acreditar que poderia haver “uma possível mudança do quadro legal até o final de 2023”.

O comunicado evangélico destaca cada vida humana como valor absoluto.

“Todo ser humano é criado e amado por Deus, e sua dignidade não diminui com a idade, condição social ou declínio de suas capacidades físicas e cognitivas”, diz o texto.

Apontam que “ao afirmar o valor absoluto de toda vida humana, nós, protestantes evangélicos, denunciamos qualquer ato que resulte em morte, inclusive a 'assistência ativa ao morrer' no fim da vida”.

Mensagem cristã

Outro destaque do comunicado é a mensagem cristã do Evangelho, ao dizer “como a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão nos chamam a amar e cuidar especialmente dos mais frágeis de nossa sociedade, afirmando que todo ser humano tem uma dignidade fundamental e igual que não pode ser degradado pela idade”.

“A humanidade de uma sociedade mede-se pela sua capacidade de amar, proteger e cuidar dos fracos e sofredores, mais do que facilitar a sua morte, ou inspirar uma necessidade de morrer”, acrescenta o CNEF.

Além disso, eles estão preocupados com “o efeito na relação cuidador-paciente se as mãos que curam podem ser as mesmas que dão a morte. Isso prejudicaria seriamente a confiança básica no cuidador”.

O tema está movimentando outros grupos evangélicos. Dois deles já responderam ao debate. Embora ambos concordassem com a necessidade de promover cuidados paliativos, a Federação Protestante da França (FPF) saudou “um grande debate nacional” sobre a “questão complexa”, mas o Comitê Evangélico Protestante para a Dignidade Humana (CPDH) denunciou que “o Presidente quer direito à eutanásia”.

Um apelo ao governo

A CNEF realça a importância de aliviar o sofrimento dos doentes terminais, pelo que incentiva a Ministra da Saúde “a disponibilizar os recursos necessários ao desenvolvimento dos cuidados paliativos”.

Eles também convidam “os eleitos franceses a fazerem uma escolha pela vida e não pela morte. Esperamos que eles reafirmem o direito de todos serem ajudados a viver e nunca morrer. Assim nos tornaremos todos mais humanos”.

“Numa sociedade onde dominam o dinheiro, a rentabilidade e o poder, mas a fraternidade diminui, afirmamos que a humanidade reside precisamente em não ceder a pressões demográficas, lobistas ou econômicas que apelam a facilitar a morte precoce”, conclui o comunicado.

 

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