Na última sexta-feira (19), um ex-aluno de 18 anos, da Escola Municipal Éber Louzada Zippinotti, no bairro Jardim da Penha, em Vitória (ES), foi detido após tentativa de invasão para suposto massacre. De acordo com testemunhas, ele tinha várias armas na mochila.
Os policiais disseram que ele carregava facas, bombas caseiras, três bestas — armas semelhantes a arco e flecha — além de munição e coquetel molotov. Para os militares, ele revelou que pretendia matar entre 6 ou 7 pessoas.
O segurança da escola disse que o suspeito, vestido com roupas pretas, tentou entrar pela porta principal, mas foi impedido. O jovem, então, pulou um muro lateral do colégio.
De acordo com notícias do G1, ele conseguiu entrar em uma das salas, chegou a atirar flechas contra algumas crianças e um professor, mas não acertou. Alunos de outras salas do colégio fizeram barricadas com carteiras para impedir sua entrada.
Planos frustrados
O jovem pulou o muro para fora da escola para tentar pegar a mochila com as bombas, mas percebeu que havia uma grande movimentação de pessoas e entrou novamente na unidade.
Foi neste momento que Henrique Lira Trad foi detido por militares e agentes da Guarda Municipal. Ao ser questionado sobre suas intenções, ele respondeu: “Queria aloprar uma galera”.
A reportagem da TV Gazeta apurou que uma criança foi ferida no rosto, mas a Polícia Civil não falou em feridos.
Ainda na sexta-feira, depois de ser detido, o jovem foi autuado em flagrante, três vezes, por tentativa de homicídio qualificada por motivo fútil e foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana.
No sábado (20), ele passou por audiência de custódia e foi encaminhado para um hospital psiquiátrico.
Armas encontradas com o invasor que tentou massacre, no Espírito Santo. (Foto: Divulgação/Polícia Militar)
Depoimento de uma mãe
“Foi Deus quem salvou o meu filho”, disse a mãe de um menino de 10 anos, que estuda no colégio. Ela conta que ficou desesperada ao receber um áudio.
“Foi por volta das 14h40, quando eu estava no trabalho e recebi um áudio do meu filho. Ele gritava muito e falava que estava tendo um ataque na escola, que tinha um homem armado e estava tentando matar todo mundo”, relatou.
A mãe disse que foi para a escola imediatamente e que quando chegou a polícia já estava lá. “Tinha muita criança chorando, muita correria. Meu filho estava desesperado porque tinha tido contato com o bandido”, mencionou.
“Graças a Deus os policiais chegaram rápido e, com a ajuda de professores, coordenadores e diretores, conseguiram imobilizar o rapaz”, ela disse.
Detalhes do ocorrido
A mãe conta em detalhes como o filho foi abordado pelo ex-aluno armado. “Meu filho estava saindo da sala, sozinho, para levar um material para a biblioteca. Ele deu de cara com o rapaz, que já apontou aquela arma para a cabeça dele. Meu filho chegou a perguntar se era brincadeira, pois estava tendo um teatro na escola. Ele disse que não. Aí, na hora, meu filho chutou ele na perna e a arma caiu. Ele chegou a arranhar o rosto do meu filho”, contou.
Depois disso, o menino correu para a sala, conforme a mãe, e avisou a todos sobre o ocorrido. O jovem chegou a entrar na sala e disparou algumas vezes, mas não acertou ninguém.
“Depois que ele saiu, meu filho começou a empurrar as cadeiras para a porta e todos ajudaram. Depois o rapaz foi imobilizado pelo professor”, explicou a mãe ao dizer que se sentiu impotente.
“É algo que a gente nunca espera. Nunca ocorreu isso aqui em nosso Estado. Dá medo”, ela concluiu.