Milhares de muçulmanos convertidos ao cristianismo escreveram uma carta aberta ao Papa Francisco, criticando sua classificação do islamismo como uma “boa religião” e observando que eles arriscaram suas vidas para se tornarem cristãos.
“Se o Papa propõe o Alcorão como uma forma de salvação, isso não é motivo de preocupação? Devemos voltar ao Islã?”, questionam os ex-muçulmanos, fazendo referência às observações de Francisco em 2014, quando incentivou migrantes e refugiados a encontrarem esperança no Alcorão.
A carta, que já recebeu mais de 3.700 assinaturas de ex-muçulmanos e seus apoiadores, questiona também o ensino do Papa sobre o islamismo na exortação apostólica de 2013 Evangelii Gaudium, onde Francisco disse que “o islamismo autêntico e a leitura adequada do Alcorão são opostas a todas as formas de violência”.
Diante de sua afirmação, os ex-muçulmanos dizem não entender os ensinamentos do Papa sobre o Islã. “Porque não explica o fato de que o Islã surgiu depois de Cristo, então só pode ser um Anticristo, e um dos mais perigosos, porque se apresenta como o cumprimento do Apocalipse (do qual Jesus teria sido apenas um profeta)”.
A carta também suscita comentários do Papa Francisco em agosto de 2016, no qual comparou a “violência islâmica” com a violência de alguns católicos, logo após o assassinato do padre francês Jacques Hamel por terroristas.
“Não gosto de falar de violência islâmica, porque todos os dias, quando vejo os jornais, vejo violência, aqui na Itália... Um que matou sua namorada, outro que matou a sogra... e estes são católicos batizados! Existem católicos violentos! Se eu falar de violência islâmica, devo falar de violência católica”, disse Francisco aos jornalistas.
Diante disso, os ex-muçulmanos questionam: “O Islã prescreve a morte dos apóstatas (Alcorão 4.89, 8.7-11), você sabia? Como é possível comparar a violência islâmica com a chamada violência cristã?”, afirma a carta. “Na verdade, o Islã quer que sejamos seus inimigos e todos os nossos protestos de amizade não podem mudar nada”.
A carta esclarece que não confunde o islamismo com os muçulmanos comuns, mas também diz que “a ingenuidade diante do Islã é suicida e muito perigosa”.
“No interesse pela justiça e verdade, a Igreja deveria trazer luz para que os argumentos apresentados pelo Islã, que blasfemam a fé cristã, sejam apontados como falsos. Se a Igreja tiver coragem de fazer isso, não duvidamos que milhões de muçulmanos e outros homens e mulheres que buscam o Deus verdadeiro, se converteriam”, acrescenta o documento.