Governador de Nova York ameaça fechar igrejas e sinagogas se não 'seguirem as regras'

Andrew Cuomo ameaçou fechar igrejas e sinagogas caso não sigam as medidas restritivas do governo de Nova York devido a Covid-19.

Fonte: Guiame, com informações do Christian Post e Religion News ServiceAtualizado: quarta-feira, 7 de outubro de 2020 às 12:42
O governador de Nova York, Andrew Cuomo, em entrevista coletiva sobre o coronavírus. (Foto: Flickr/Governor Andrew Cuomo)
O governador de Nova York, Andrew Cuomo, em entrevista coletiva sobre o coronavírus. (Foto: Flickr/Governor Andrew Cuomo)

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, ameaçou fechar igrejas e sinagogas caso elas “não concordem em seguir as regras” relativas ao distanciamento social e uso de máscaras como medida de proteção da Covid-19.

Em uma coletiva de imprensa na segunda-feira (5), Cuomo disse que concordou com o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, em fechar escolas em nove CEPs do Brooklyn e Queens, por serem consideradas “pontos críticos” para a propagação do coronavírus.

As escolas nestas regiões incluem um grande número de yeshivás, ou seja, escolas religiosas frequentadas por judeus ortodoxos para o estudo da Torá. Negócios não essenciais, como restaurantes, bares e academias, podem permanecer abertos.

“Sabemos que as instituições religiosas têm sido um problema”, argumentou Cuomo, apontando para uma tela com fotos de reuniões cristãs e judaicas. “Você não vê máscaras e você vê violações claras de distanciamento social”. 

“Se vocês não concordarem em seguir as regras, vamos fechar as instituições. Estou preparado para isso”, destacou Cuomo.

O anúncio provocou indignação nas comunidades judaicas e cristãs, que sentem que estão sendo injustamente discriminadas.

No Twitter, a comunidade judaica hassídica “Satmar Headquarters” explicou que uma das imagens apontadas por Cuomo não era das últimas semanas, mas de mais de uma década atrás. “Esta foto é do funeral de 2006 do antigo Grande Rabino de Satmar, 14 anos atrás!”


O governador de Nova York justificou aglomeração com imagem de 2006. (Foto: Twitter/Satmar Headquarters)

Joseph Esposito, paroquiano da St. Athanasius Church, em Bensonhurst, também levantou preocupações sobre a forma como os templos estão sendo visados.

“É ridículo. Não faz absolutamente nenhum sentido”, disse Esposito à revista católica The Tablet. “Estamos nos esforçamos para fazer tudo do jeito seguro. As igrejas têm feito a coisa certa. Estamos sendo punidos por nosso trabalho árduo. E fazer isso por CEP não faz sentido. E se você mora em um bairro e vai à igreja em outro?” 

Cuomo ainda listou seus requisitos para as igrejas: “Se vamos manter as instituições religiosas abertas, só pode ser com duas condições. Um, a comunidade deve concordar — seja a comunidade judaica, seja as igrejas negras, seja as igrejas católicas romanas — a com as regras e têm que concordar que vão seguir as regras. E eles têm que concordar que serão um parceiro na aplicação das regras”.

“Se você não concordar em fazer cumprir as regras, fecharemos as instituições”, alertou o governador de Nova York. 

Cuomo disse que a segunda condição para manter os templos abertos seria a aplicação estrita de regras de distanciamento social e limites de capacidade: “Se a regra não for mais do que 50% das pessoas em uma igreja negra, quero alguém na porta quando as 50% entrarem a igreja, uma pessoa lá que fale para o pastor, concorde em seguir as regras. É 50%. É isso ou vamos fechar”.

Perto do final da coletiva de imprensa, Cuomo disse que se reuniria com a comunidade ortodoxa na terça-feira (8) para “ver se eles concordam em cumprir as regras e defender o cumprimento”. Ele prometeu “agir” se os líderes judeus ortodoxos não concordassem com suas exigências.

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