Prefeito de Nova York ameaça fechar igrejas permanentemente se não suspenderem cultos

Bill de Blasio, prefeito de Nova York, disse que poderá fechar igrejas permanentemente caso se recusem a interromper os cultos durante a pandemia de coronavírus.

Fonte: Guiame, com informações da Baptist PressAtualizado: quinta-feira, 2 de abril de 2020 às 12:12
Prefeito de Nova York, Bill de Blasio, ameaçou fechar igrejas permanentemente se não houver suspensão dos cultos. (Foto: AP Photo/Seth Wenig)
Prefeito de Nova York, Bill de Blasio, ameaçou fechar igrejas permanentemente se não houver suspensão dos cultos. (Foto: AP Photo/Seth Wenig)

O prefeito da cidade de Nova York, Bill de Blasio, afirmou que poderá aplicar multas e fechar igrejas permanentemente caso os templos se recusem a interromper os cultos durante o período de isolamento social para conter a disseminação do coronavírus.

Citando igrejas e sinagogas durante uma coletiva de imprensa em 27 de março, De Blasio disse que as autoridades foram instruídas a alertar os líderes religiosos sobre as restrições, podendo também interromper os cultos e fechar os templos.

“Eles informarão que precisam interromper os cultos e dispersar”, disse o prefeito. “Se isso não acontecer, eles tomarão medidas adicionais até o ponto de multas e potencialmente fecharão o edifício permanentemente”.

De Blasio acrescentou: “É a última coisa que gostaria de fazer, porque entendo o quão importante é a fé para as pessoas, e precisamos de nossa fé neste momento de crise, mas não precisamos de reuniões que ponham em perigo as pessoas. Nenhuma tradição religiosa apoia qualquer coisa que coloque em risco os membros dessa fé”.

O aviso de De Blasio chamou a atenção dos defensores da liberdade religiosa nos Estados Unidos. De acordo com o presidente do Comitê Executivo da Convenção Batista do Sul, Ronnie Floyd, “qualquer líder que ameaça fechar uma igreja permanentemente é motivo de grande preocupação”.

“Embora eu incentive as igrejas a honrarem os pedidos referentes às reuniões públicas na tentativa de retardar a disseminação do Covid-19, esta é uma oportunidade de mostrar amor ao próximo, e não pelo estabelecimento da autoridade do Estado sobre exercícios religiosos”, disse Floyd.

Bart Barber, pastor da Primeira Igreja Batista em Farmersville, no Texas, comentou as declarações do prefeito de Nova York no Twitter: “Estes são tempos difíceis que podem tentar qualquer um de nós a agir precipitadamente, mas os prefeitos não têm autoridade para suspender a Primeira Emenda [da Constituição dos EUA]. Por favor, esclareça ou corrija sua ameaça de fechar igrejas e sinagogas permanentemente se elas não atenderem às suas demandas”.

Muitas igrejas suspenderam os cultos por todo o país e passaram a usar plataformas online nos últimos três domingos, em resposta às diretrizes do governo e às orientações das autoridades de saúde pública. 

Em suas instruções, De Blasio expressou gratidão aos líderes da “grande maioria” das congregações que interromperam os cultos presenciais. Ele afirmou, no entanto, que um pequeno número de “igrejas e sinagogas específicas” não está cumprindo as instruções da cidade.

“Então, eu quero dizer a todos aqueles que estão preparando cultos religiosos neste fim de semana: Se você for à sua sinagoga, se for à sua igreja e tentar realizar os cultos depois de ter sido avisado com frequência, nossos agentes não terão escolha a não ser encerrar esses cultos”, disse de Blasio. 

Pastor foi preso na Flórida

O pastor Rodney Howard-Browne, líder da River at Tampa Bay Church, na Flórida, foi preso na segunda-feira (30) depois que sua igreja realizou dois cultos no domingo, 29 de março, apesar de uma ordem do condado de Hillsborough de limitar as reuniões a menos de 10 pessoas.

Restrições como aplicadas em Tampa não violam a liberdade religiosa, segundo R. Albert Mohler Jr., presidente do Seminário Teológico Batista do Sul. 

“As restrições não são dirigidas especificamente a igrejas ou congregações religiosas. Se as igrejas fossem a única categoria escolhida, seria inconstitucional e os cristãos deveriam protestar”, disse ele em seu podcast em 31 de março.

“Mas da forma como está agora, dados os mandamentos do amor a Deus e ao próximo, os cristãos têm ampla justificativa para seguir as ordens e solicitações do governo de não se reunir, juntamente com outras congregações que não se reúnem, até que seja seguro nos reunirmos novamente”, acrescentou Mohler Jr.

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