Desde quando iniciou sua carreira no futebol, ainda muito jovem, Kaká teve que aprender a lidar com os rótulos que foram criados por causa de suas convicções — "virgem", "bom-moço", "crente", "amarelão", "melhor do mundo" e "decepção".
Quando estava prestes a se casar com Carol Celico, aos 23 anos, Kaká foi uma das primeiras personalidades no Brasil a anunciar que esperaria o casamento para perder a virgindade e teve que lidar com piadas e o rótulo de “jogador virgem”.
“Essas piadas nunca me incomodaram porque realmente era minha convicção. Em nenhum momento isso foi um peso. Falei numa boa. E foi até os 23 anos, até quando eu casei. Não teve nenhum problema”, disse o ex-jogador de 35 anos em entrevista ao UOL.
“Agora, se você perguntar: faria de novo? Acho que eu não falaria sobre o assunto. Teria feito do mesmo jeito, não precisaria dessa exposição. Com a experiência que tenho hoje, não teria aberto essa área tão privada da minha vida. Teria me preservado um pouquinho mais”, acrescenta.
“Eu acho que é muito legal ser exemplo e referência, mas é muito importante, também, que cada um tenha sua convicção pessoal. Sinceramente, não acho que o cara vai chegar com a namorada e lembrar de mim na hora. Prefiro pregar a minha convicção em relação a Jesus do que falar para ele fazer ou não fazer”, ele observa.
Na fase em que Kaká comemorava seus gols com as mãos para cima, em agradecimento a Deus, ele passou a ser rotulado como o “jogador crente”. “Nunca falei que Deus fez gol para mim. Sempre levantei a mão e agradeci pelo momento que estava vivendo. É um agradecimento”, ele conta.
Dentro ou fora de campo, Kaká se manteve em suas convicções e se negou a mudar seu jeito. “Eu não podia ser na frente das câmeras o Kaká jogador de futebol e, longe dela, o Ricardo cristão. Os valores eram os mesmos”.
Kaká afirma que todas as situações em sua vida tiveram um propósito de Deus. (Foto: Reprodução/Facebook)
Há 13 anos, Kaká se tornou o fiel mais conhecido da Igreja Renascer em Cristo até que, em 2010, decidiu se desligar da denominação liderada por Sônia e Estevam Hernandes. “Expliquei meus motivos ao apóstolo e à bispa. Eles entenderam e a relação continua ótima. Tinha chegado meu limite com a instituição. Deixou de ser a ‘igreja do Kaká’ e voltou a ser o que deveria: a Igreja Renascer em Cristo’”, destaca.
Kaká também falou sobre seu divórcio: “Foi um dos momentos mais difíceis da minha vida. Estava passando por um momento difícil, saída do Real Madrid para o Milan, e entrada no processo de divórcio”.
“O único ponto ruim em relação ao divórcio é quando entra traição, que mexe com valores e caráter. Sempre será desmentido, porque em nenhum momento houve traição. De nenhuma das duas partes. Foi uma escolha pessoal, de um momento. Aí se respeita aquele momento", explica.
Para proteger os filhos dos rumores publicados pela imprensa, ele e Carol estão sempre orientando as crianças. “O problema é que hoje cria histórico. Se for atrás, pesquisar, vai sair um monte de notícia. Conforme eles (os filhos) foram tendo entendimento maior, a gente foi falando para eles: 'tudo que ler ou tiver dúvidas, perguntem para o papai ou para a mamãe, que a gente vai explicar para vocês’. Com relação ao divórcio, vai chegar a hora em que eles vão entrar em questionamentos mais profundos. Aí será a hora de, realmente, falar o que aconteceu”.
Kaká também falou sobre seu relacionamento e planos futuros com Carol Dias, que também é evangélica. “Tenho minha base de valores e acredito no casamento, por mais que vá contra a correnteza da sociedade. É uma das coisas mais legais que tem na vida. Eu sou completamente a favor do casamento. Estamos namorando, mas vamos ver para quando vai. Não tem data, não estou noivo. Gosto muito de criança, vou deixar essa aí. Gosto muito de criança e vamos ver”.