Morre primeira pessoa por eutanásia no Peru e líderes cristãos alertam: “Ataque à vida”

Ana Estrada, uma psicóloga de 47 anos, sofria de uma doença degenerativa e pediu à Justiça para passar pela morte assistida.

Fonte: Guiame, com informações de Gazeta do Povo e G1Atualizado: terça-feira, 23 de abril de 2024 às 19:58
Ana Estrada. (Foto: Reprodução/YouTube/FRANCE 24 Español).
Ana Estrada. (Foto: Reprodução/YouTube/FRANCE 24 Español).

No último domingo (21), morreu a primeira pessoa por eutanásia no Peru, após autorização do governo.

Ana Estrada, uma psicóloga de 47 anos, sofria de polimiosite, uma doença degenerativa progressiva, e pediu a morte assistida na Justiça.

Josefina Miró Quesada, a advogada de Ana, anunciou sua morte em comunicado na segunda-feira (22). 

“No domingo, Ana Estrada exerceu seu direito fundamental à morte digna e concordou com o procedimento médico de eutanásia. Ana morreu nos seus próprios termos, de acordo com a sua ideia de dignidade e com pleno controle da sua autonomia até o fim”, afirmou.

Segundo o comunicado, o procedimento médico foi realizado conforme o Plano e Protocolo de Morte Dignificada, depois que Ana recebeu a autorização da eutanásia pela Justiça, em fevereiro de 2021.

Na época, a Conferência Episcopal Peruana lamentou o caso. “A eutanásia sempre será um caminho errado, porque é um ataque ao direito inalienável à vida”, declarou em comunicado.

E acrescentou: “O propósito supremo do Estado é cuidar, respeitar e promover a vida desde a sua concepção até o seu fim natural; portanto, nenhuma autoridade pode legitimamente impor ou permitir isto”.

Em 2022, a Suprema Corte confirmou a decisão, atendendo ao pedido de Ana Estrada. A eutanásia é proibida no Peru e o caso da psicóloga foi a primeira autorização dada no país. 

Eutanásia na América Latina

Na América Latina, Colômbia e Cuba são os países que já legalizaram a morte assistida.

Recentemente, em fevereiro, o Equador também legalizou a eutanásia para casos de pacientes que sofrem de doenças graves e incuráveis ​​ou lesões irreversíveis.

A decisão, tomada pela Corte Constitucional do país, foi criticada pela Conferência Episcopal Equatoriana. 

“É diabólico querer defender a vida dando ao homicídio um quadro de legalidade”, afirmaram os líderes cristãos.

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