A parlamentar finlandesa Päivi Räsänen está enfrentando um novo julgamento, um ano após sua absolvição unânime pelo Tribunal Distrital de Helsinque.
Segundo a ADF International, que defende Päivi, o promotor pediu que seu caso fosse reaberto e apelou do veredito de inocência em abril do ano passado.
Em 2019, a política cristã foi acusada de discurso de ódio e processada por defender o ensinamento bíblico sobre sexualidade.
Paivi foi investigada pela polícia por um livreto intitulado “Homem e mulher, Ele os criou”, publicado por ela 15 anos antes, e comentários feitos em um programa de rádio.
Ela também enfrentou acusações criminais por um tweet, onde criticou a liderança da Igreja Luterana Finlandesa por apoiar o mês do orgulho LGBT.
Em nota publicada na semana passada, a ADF afirmou que a parlamentar corre o risco de ter que pagar multas milionárias, após seu processo ser reaberto pelo Tribunal de Apelações de Helsinque.
Ameaça à liberdade de expressão
O diretor executivo da ADF International, Paul Coleman, expressou sua preocupação com a liberdade de expressão e com a ameaça de censura na Europa.
"Quando uma parlamentar finlandesa de longa data e respeitada é julgada duas vezes por compartilhar suas crenças profundamente arraigadas em um tweet há quatro anos, você sabe que o respeito pela liberdade de expressão na Europa atingiu um novo nível", ressaltou Coleman.
Em comunicado, Päivi, ex-líder do Partido Democrata Cristão da Finlândia, declarou: "Ao continuar sua campanha para censurar crenças pacíficas, a promotoria está estabelecendo um precedente perigoso de intolerância contra a liberdade de expressão".
"Continuarei lutando pela liberdade de expressão porque é a pedra angular de uma sociedade livre e democrática. Tenho esperança de que o tribunal de apelação tome a mesma decisão do tribunal distrital e me absolva novamente”, concluiu.
Início do caso
O caso contra Räsänen começou em 2019 após um tuíte em que ela citava Romanos 1:24-27.
Räsänen recebeu o apoio de centenas de finlandeses (incluindo ateus e homossexuais) e seu caso tem repercussão internacional.
Em entrevista recente à Aliança Evangélica Espanhola, ela disse: “A rainha Ester foi encorajada a falar e agir em nome do povo de Deus, os judeus, com a pergunta: 'E quem sabe, você pode ter sido escolhido para sua posição real para apenas um momento como este'. A mesma pergunta pode ser feita a nós hoje, qualquer que seja a sua posição”.