A Comissão de Educação do Congresso da República do Peru aprovou nesta terça-feira (28), um Projeto de Lei para eliminar a linguagem inclusiva em livros didáticos e garantir que as crianças sejam educadas com o uso correto da linguagem.
A proposta de n° 3464/2022-CR, apresentada pela deputada Milagros Jáuregui, chama-se “Lei que especifica o uso correto da linguagem inclusiva evitando a separação da linguagem para referir-se a homens e mulheres nos manuais escolares” e pretende modificar a Lei da igualdade entre homens e mulheres.
Segundo o site Evangélico Digital, essa questão faz parte da preocupação com a formação das crianças, já que, na última prova do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) de 2018, o Peru ficou em 64º lugar entre 77 países em compreensão de leitura.
Da mesma forma, o Ministério da Educação é responsável por implementar esta ordem na confecção de livros escolares na educação básica, de acordo com as diretrizes da Real Academia da Língua Espanhola.
A deputada Milagros informou: “Isso não é apenas impróprio, mas é criticado por autoridades linguísticas em nosso país e no exterior”.
“Nosso Prêmio Nobel de Literatura, Mario Vargas Llosa, apontou que: A chamada linguagem inclusiva é uma espécie de aberração dentro da linguagem, que não vai resolver o problema da discriminação contra as mulheres, que, se devemos combatê-la , mas de uma forma realmente eficaz”, justificou ela.
Feministas foram citadas no caso
De acordo com o site de notícias Infobae, o apoio do projeto de lei da deputada diz que o uso de linguagem inclusiva é promovido por feministas que buscam que crianças em idade escolar usem palavras de forma inadequada.
“Não distorcemos a linguagem para cumprir agendas feministas que acreditam erroneamente que estão lutando pela igualdade dessa forma”, disse a deputada Milagros.
“Esta iniciativa nasceu como uma solução alternativa à tendência cada vez maior de abuso da linguagem, com a falsa crença de que isso dará mais direitos às mulheres ou que a discriminação terminará se os homens forem forçados a fazê-lo”, acrescentou.
Em seu perfil no Twitter, a deputada Flor Pablo escreveu sobre o projeto de lei:
“Devemos dizer homens e mulheres, meninos e meninas”, declarou ela.
🚨 #ALERTA
— Flor Pablo Medina 🇵🇪 (@FlorPabloMedina) March 29, 2023
Hoy que en el Perú a las mujeres nos matan, violan y acosan, la Comisión de Educación del Congreso aprobó por mayoría un PL para eliminar el lenguaje inclusivo de los planes, políticas, normas y textos escolares.
(1/2) pic.twitter.com/pNlWClOkk1