A venda de pílulas abortivas será autorizada em farmácias de varejo nos EUA, incluindo as drogarias locais e as grandes redes, tornando ainda mais fácil o aborto químico às americanas.
Sem supervisão médica, elas poderão “matar seus bebês no ventre” em suas próprias casas. De acordo com a CBN News, as receitas podem até mesmo ser obtidas por meio de consulta de telessaúde e os comprimidos podem ser enviados pelo correio, quando autorizados.
O anúncio da venda das pílulas foi feito na terça-feira (3) pela Agência Americana de Medicamentos (FDA). Lembrando que, em junho de 2022, a Suprema Corte anulou a decisão histórica “Roe vs Wade”, que reconhecia o direito constitucional da mulher ao aborto.
Mesmo com a derrubada da lei pró-aborto, no entanto, houve a autorização da venda das pílulas como uma medida que poderá expandir significativamente o acesso ao aborto nos EUA.
Aborto químico
A FDA permitirá que a mifepristona, a primeira das duas drogas usadas por clínicas de aborto para interromper uma gravidez, esteja disponível em farmácias em estados onde o aborto é autorizado.
Há 23 anos, a FDA aprovou a mifepristona para interromper gestações de até dez semanas, quando usada com um segundo medicamento, o misoprostol.
Especialistas explicam que as pílulas abortivas já são utilizadas em mais da metade dos procedimentos de interrupção da gravidez nos Estados Unidos. Elas estão cada vez mais no centro da batalha política e jurídica pelo direito ao aborto.
Conforme um estudo realizado pelo Instituto Guttmacher, mais da metade dos abortos recentes nos EUA foram realizados com pílulas abortivas.
“A indústria do aborto não empodera as mulheres”
Defensores pró-vida estão fazendo alertas sobre o quanto o aborto é prejudicial às mulheres, tanto o procedimento quanto as drogas ingeridas.
“A indústria do aborto não empodera as mulheres. Ela lucra com a violência cometida contra as mães e seus filhos ainda não nascidos”, twittou o March for Life (Marcha Para a Vida — movimento americano de apoio à vida).
“O acesso ao aborto químico sem supervisão médica adequada é contrário à ciência e não é do melhor interesse para a saúde das mulheres”, escreveu também.
A ex-diretora da Planned Parenthood (maior rede de clínicas de aborto dos EUA) que se tornou defensora pró-vida, Abby Johnson, disse à CBN News em um comunicado que este é outro meio para os lobistas do aborto aumentarem seus resultados desde que Roe vs Wade foi anulado.
Ela também disse que é muito arriscado fornecer medicamentos perigosos sem qualquer supervisão médica real.
“O problema é que não importa que o FDA esteja permitindo que a pílula abortiva esteja mais amplamente disponível porque as mulheres não estão consultando um médico de qualquer maneira”, resumiu.
Abby disse que as pessoas que administram os medicamentos não têm ideia de quem são essas mulheres ou de seu histórico médico.
“Nenhuma mulher deveria fazer isso”
Para Abby, a realidade é que embora o lobby do aborto diga que essa medida é um grande passo à frente para as mulheres, na verdade é apenas um passo à frente para aqueles que fabricam as pílulas abortivas.
“Porque significa mais dinheiro para eles, que nem se importam com o que vai acontecer com as mulheres que vão tomar essas pílulas. Eles não querem saber o que acontece quando elas deitam no chão do banheiro e pensam que estão morrendo”, disparou.
“Isso é exatamente o que aconteceu comigo e ainda me assombra até hoje. Nenhuma mulher deveria fazer isso”, continuou.
Críticas ao governo Biden
“O governo Biden está tornando acessíveis em todo canto essas pílulas de aborto químicas e perigosas. Isso reduz os padrões médicos para proteger as mulheres”, disse Kristan Hawkins, presidente da “Students for Life for America”.
Marjorie Dannenfelser, presidente da organização antiaborto “Susan Anthony List”, por sua vez, também criticou a decisão: “O governo Biden provou mais uma vez que prioriza os lucros da indústria do aborto em detrimento da segurança das mulheres e da vida dos nascituros”.
Para Marjorie, as pílulas são embrulhadas numa “embalagem mentirosa”, que diz que por ser legalizada são também seguras: “O objetivo deste governo sempre foi aumentar o acesso a medicamentos perigosos e às drogas”.
As brigas em torno dos temas sobre “direito reprodutivo” ou “saúde reprodutiva da mulher” — termos que amenizam a realidade assombrosa do aborto e do assassinato de bebês — está longe de terminar.
Enquanto abortistas buscam a liberdade de interromper a vida no útero a todo custo, os defensores da vida lutam pela saúde física e emocional das mulheres e pelos direitos humanos dos nascituros.