Enquanto a pandemia do coronavírus fechou igrejas em todo o mundo, uma pesquisa global com mais de 14 mil pessoas descobriu que poucos perderam a fé.
A Pew Research Center divulgou nesta quarta-feira (27) um estudo sobre como a Covid-19 afetou a fé das pessoas em 14 países com economias avançadas: Austrália, Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Japão, Holanda, Espanha, Coreia do Sul, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos.
Em 11 dos 14 países pesquisados, a proporção daqueles que tiveram a fé fortalecida é maior do que a proporção dos que tiveram a fé enfraquecida, disseram os pesquisadores da Pew.
No geral, uma média de 4 em cada 5 cidadãos de cada país disse que sua fé estava mais ou menos alterada. Os Estados Unidos é o país com mais pessoas que tiveram a fé fortalecida, enquanto a Coreia do Sul teve o maior grupo com a fé enfraquecida.
Pelo menos 28% dos americanos relatam ter uma fé mais forte devido à pandemia — um número três vezes maior do que a média global de 10%. Em seguida vem os espanhóis (16%) e os italianos (15%), as duas nações mais atingidas no início da pandemia.
Já os coreanos são mais propensos a relatar que sua fé se tornou mais fraca devido à pandemia: são 9%, contra uma média global de 3%. Em seguida vieram os espanhóis (5%), seguidos por um empate entre americanos, britânicos, belgas e holandeses (4%).
A Pew não encontrou diferenças significativas entre homens e mulheres, mas dois casos excepcionais foram a Itália e a Coreia do Sul. Na Itália, 20% das mulheres dizem que sua fé se fortaleceu contra apenas 10% dos homens. Na Coreia do Sul, 13% das mulheres afirmam que sua fé se fortaleceu contra apenas 8% dos homens.
Lições da pandemia
Cerca de um terço dos americanos acredita que a pandemia oferece uma lição para a humanidade enviada por Deus (35%), de acordo com uma pesquisa anterior da Pew. Uma parcela semelhante (37%) acredita que há uma lição a aprender, mas não foi enviada por Deus.
A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas telefônicas com 14.276, de 10 de junho a 3 de agosto, nos 14 países selecionados por serem economias avançadas.
O levantamento também descobriu que um terço dos entrevistados disse que o relacionamento de sua família havia se fortalecido como resultado da pandemia - em média, 32% ao redor do mundo.
Os alemães lideram aqueles que dizem que as relações familiares enfraqueceram (13%), seguidos pelos belgas (11%) e coreanos (10%). Entre os que fortaleceram os laços da família, a maioria vive na Espanha, Itália, EUA, Reino Unido e Canadá.