Um professor cristão que se recusou a usar pronomes de gênero neutro foi enviado para a prisão em Dublin, na Irlanda, por desacato ao tribunal.
Enoch Burke foi preso na manhã de segunda-feira (5) por violar uma ordem judicial de não ensinar em sua escola ou estar fisicamente presente lá.
“É insanidade que eu seja levado deste tribunal para um local de prisão, mas não vou desistir de minhas crenças cristãs”, disse Burke depois que o juiz Michael Quinn anunciou sua decisão, informou o site Daily Mail.
Enoch Burke é professor na Wilson's Hospital School, uma escola da Igreja da Irlanda no condado de Westmeath. A disputa começou depois que ele se recusou a se dirigir a um aluno em transição como “elu” em vez de “ele”, depois que seus pais fizeram a solicitação em maio, em acordo com a escola.
Por causa disso, o professor foi suspenso em um processo disciplinar, mas se recusou a deixar de ir à escola para trabalhar. “Sou professor e não quero ir para a cadeia. Eu quero ir para a minha sala de aula hoje, que é onde eu estava esta manhã quando fui preso”, disse Burke disse ao juiz.
Burke, que ensina alemão, história e política a seus alunos, lembrou o quanto ama educar seus alunos. “Mas estou aqui hoje porque disse que não chamaria um menino de menina”, lamentou.
‘Nunca negarei minhas crenças’
“O transgenerismo é contra minha crença cristã. É contrário às Escrituras, contrário ao sistema de valores da Igreja da Irlanda e da minha escola”, acrescentou. “Minhas crenças religiosas não são ‘má conduta’, nunca serão. Elas são estimadas para mim. Eu nunca vou negá-las e nunca traí-las, e nunca vou me curvar a uma ordem que exija que eu faça isso.”
Burke disse que tinha um relacionamento maravilhoso com seus alunos, que sabiam da sua “moral e convicções declaradas”. Ele acredita que sua suspensão da escola é “irracional e injusta” e manchou seu caráter e seu nome.
O juiz Michael Quinn disse que não estava decidindo sobre os méritos dos argumentos apresentados por Burke sobre sua suspensão e crença religiosa, mas apenas sobre a violação da ordem judicial. Ele disse que Burke poderia remover seu desacato a qualquer momento, concordando com a ordem de não frequentar a escola ou tentar dar aulas lá.