O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse aos países ocidentais, nesta quinta-feira (29), que eles correm o risco de provocar uma guerra nuclear se enviarem tropas para lutar na Ucrânia.
Segundo Putin, Moscou tem armas para atacar alvos no Ocidente. Conforme lembra a CNN Brasil, “a guerra na Ucrânia desencadeou a pior crise nas relações de Moscou com o Ocidente desde a crise dos mísseis cubanos de 1962”.
Putin já havia falado dos perigos de um confronto direto entre a Otan e a Rússia, conforme o Guiame publicou há duas semanas. Mas o seu alerta nuclear nesta quinta-feira foi um dos mais explícitos.
‘Perigo para quem se intrometer em assuntos internos da Rússia’
Dirigindo-se aos legisladores e a outros membros da elite do país, Putin repetiu a sua acusação de que o Ocidente estava empenhado em enfraquecer a Rússia.
Ele sugeriu que os líderes ocidentais não compreendiam quão perigosa poderia ser a sua intromissão no que ele considerava os assuntos internos da própria Rússia.
O alerta do ditador sobre um ataque nuclear, conforme observa a CNN, foi feito com uma “referência específica a uma ideia, lançada pelo presidente francês Emmanuel Macron, na segunda-feira (26), de membros europeus da Otan enviarem tropas terrestres para a Ucrânia.
A sugestão de Macron foi rapidamente rejeitada pelos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, entre outros países.
‘Temos armas para atingir o Ocidente’
Putin disse: “As nações ocidentais devem entender que também temos armas que podem atingir alvos no seu território. Tudo isto realmente ameaça um conflito com o uso de armas nucleares e a destruição da civilização. Será que eles não percebem isso?”
Falando antes das eleições presidenciais de 15 a 17 de março, quando certamente será reeleito para outro mandato de seis anos, Putin se mostrou orgulhoso do que disse ser o arsenal nuclear amplamente modernizado da Rússia: “O maior do mundo”.
“As forças nucleares estratégicas estão em um estado de prontidão total”, disse ele, observando que as armas nucleares hipersônicas de nova geração de que falou pela primeira vez, em 2018, foram implantadas ou estavam em uma fase em que o desenvolvimento e os testes estavam sendo concluídos.
“Agora as consequências serão muito mais trágicas. Eles acham que (a guerra) é uma caricatura”, disse ele, acusando os políticos ocidentais de esquecerem o que significava uma guerra real porque não enfrentaram os mesmos desafios de segurança que os russos enfrentaram nas últimas três décadas.