Uma testemunha ocular descreveu o terror enfrentado pelas quatro freiras da ordem de Madre Teresa, assassinadas pelo Estado Islâmico no Iêmen, em 4 de março.
A quinta freira, irmã Sally, que escapou depois de se esconder em uma geladeira, escreveu um relato para outra integrante da ordem, Irmã Rio, sobre os 90 minutos de terror, nos quais suas 4 colegas e outras 12 pessoas também foram assassinadas.
Segundo o relato, obtido pelo site de notícias 'Crux', naquela sexta-feira, as irmãs haviam realizado uma missa e tomaram café da manhã, como de costume. Às 8h, o sacerdote fez a oração apostólica e todas as cinco freiras foram para casa, onde viviam com cerca de 80 pessoas idosas e com necessidades especiais.
Pouco depois, os terroristas do Estado Islâmico, vestidos de azul, entraram nas instalações e começaram a matar os que estavam na casa. Cinco jovens cristãos etíopes correram para contar às irmãs que Estado Islâmico estava lá para matá-las. Os homens foram capturados, amarrados a árvores, assassinados e depois tiveram suas cabeças esmagadas.
As irmãs correram para salvar suas vidas e quatro outras mulheres que trabalhavam lá gritaram: "Não matem as irmãs, não matar as irmãs!". Estas quatro mulheres foram assassinadas também. Uma delas tinha sido cozinheira na casa por 15 anos.
A irmã Sally correu para o convento, na tentiva de avisar ao sacerdote salesiano P. Uzhunnalil, que ainda está desaparecido, depois de ser sequestrado pelos terroristas. Em vez de fugir, ele correu para a capela e comeu todas as hóstias consagradas, "para que os terroristas não pudessem contaminar-los".
Após sequestrarem o sacerdote os terroristas destruiram todos os itens religiosos, incluindo o tabernáculo, altar, crucifixo e uma imagem da Virgem Maria.
Duas das irmãs assassinadas eram de Ruanda, uma era da Índia e a outra do Quênia.
O ataque provocou indignação em todo o mundo, e o papa e sua equipe em Roma estão entre os que afirmaram que que têm orado pelos sobreviventes. Suas preocupações viralizaram nas redes sociais.
O Iêmen está localizado no extremo sul da Península Arábica e atualmente é dominado pela guerra civil.
Mais de 6.000 pessoas foram mortas e 28.500 pessoas feridas na Guerra, de acordo com as Nações Unidas.