Igrejas destruídas pelo Estado Islâmico são reabertas no Iraque: “Sinal de esperança”

A Igreja de São Tomás, que foi usada como prisão pelos terroristas, e a Igreja Católica Caldeia de Al-Tahira foram restauradas durante dois anos e reabertas aos fiéis.

Fonte: Guiame, com informações de The Christian PostAtualizado: segunda-feira, 20 de outubro de 2025 às 20:00
A Igreja de São Tomás. (Foto: Reprodução/YouTube/EWTN).
A Igreja de São Tomás. (Foto: Reprodução/YouTube/EWTN).

Duas igrejas históricas que foram destruídas pelo grupo terrorista Estado Islâmico foram reabertas no Iraque na última quarta-feira (15), após dois anos de trabalhos de reconstrução. 

Moradores locais, líderes cristãos e autoridades internacionais participaram da cerimônia de reinauguração da Igreja de São Tomás, um templo ortodoxo siríaco que data do século 7, e a Igreja Católica Caldeia de Al-Tahira. 

Os eventos de reabertura das igrejas foram um raro momento de esperança para a população cristã cada vez menor no país.

Os templos estão localizados na Cidade Velha de Mossul, onde os terroristas do Estado Islâmico tomaram o controle entre 2014 e 2017. 

Nesse período, a Igreja de São Tomás foi transformada em prisão, e Al-Tahira acabou em ruínas após ser bombardeada.

A cerimônia de reabertura de Al-Tahira foi liderada pelo patriarca Louis Raphaël Sako, chefe da Igreja Caldeia do Iraque. 

O líder destacou que a reconstrução do prédio não restaurou somente pedras, mas “a confiança, em uma mensagem de paz e esperança para o povo de Mossul e todo o Iraque".

Sako ainda relembrou que Mossul "era uma fortaleza cristã muito antes da chegada dos muçulmanos no final do século 7” e fez um apelo para a união e fraternidade na sociedade iraquiana.

“O extremismo e o sectarismo nunca podem construir um Estado ou a paz. Nós, cristãos, não temos milícias e, se tais grupos existem, eles não têm nada a ver com a ética cristã, e nós não os reconhecemos", observou ele, conforme a Syriac Press.

Também estiveram presentes no evento o patriarca ortodoxo sírio Mor Ignatius Aphrem II, o ministro da Cultura do Iraque, Ahmed al-Badrani, o governador de Nínive, Abdul Qadir al-Dakhil, o embaixador francês Patrick Durel e representantes da UNESCO e da Œuvre d'Orient.

Projeto de restauração 


A Igreja Católica Caldeia de Al-Tahira. (Foto: Reprodução/YouTube/EWTN).

A restauração das igrejas começou em 2022 através de uma iniciativa para reconstruir marcos culturais em zonas pós-guerra. 

A Fundação Aliph, uma organização internacional focada na proteção do patrimônio, liderou o projeto em colaboração com o Conselho Estadual de Antiguidades e Patrimônio do Iraque.

A instituição de caridade católica L'Oeuvre d'Orient administrou o trabalho diário de restauração sob a orientação do Instituto Nacional do Patrimônio da França.

"Essas igrejas não são apenas pedras. Elas são a memória da fé, da história e da comunidade", declarou o arcebispo Najeeb Michael Moussa, bispo caldeu de Mossul, após a cerimônia.

Segundo ele, a restauração mostrou que "a fé pode ser ferida, mas não extinta", e que cada toque de sino "chama não apenas os fiéis, mas o futuro".

Antes do início do trabalho de restauração, as equipes precisaram retirar minas e explosivos dos locais.

Uma porta de alabastro do século 13 da igreja ortodoxa São Tomás, esculpida em mármore farsh e representando Cristo com os doze apóstolos, foi cuidadosamente restaurada por especialistas.

Os sinos das igrejas, que possuem as frases "A verdade vos libertará" e "Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz", também foram restaurados.

Fadi, um cristão de 27 anos que participou do projeto de restauração, afirmou que as reaberturas dos templos são "um sinal de esperança" para os cristãos deslocados.

"Isso mostra aos cristãos que vivem no exterior que as coisas estão melhores aqui agora, que eles podem voltar para casa", comentou ele, ao Vatican News.

Os cristãos em Mossul, que já foram 14% da população, agora são menos de 60 famílias na cidade de quase 2 milhões de moradores, segundo o meio de comunicação católico Zenit.

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