Um tribunal decidiu pela proibição de vigílias de oração em frente a um centro de aborto na cidade de Karlsruhe, no sudoeste da Alemanha.
A sentença foi proferida pelo Tribunal Administrativo de Karlsruhe na última sexta-feira (14), informa a Catholic News Agency.
Na semana passada, membros do movimento pró-vida “40 Dias pela Vida”, que realiza vigílias de oração em frente a clínicas de aborto, foram impedidos de fazer uma oração silenciosa em frente ao Pro Familia, um centro de aconselhamento pré-aborto localizado em Pforzheim, na Alemanha.
Em defesa do grupo, os advogados da ADF International, uma organização jurídica cristã, foram ao tribunal alemão na última quarta-feira (12) para discutir o caso.
A Pro Familia é membro da Federação Internacional da Planned Parenthood, responsável por metade dos abortos realizados nos EUA.
Reagindo à decisão do tribunal, Pavica Vojnović, líder do grupo de oração, disse: “Cada vida é preciosa e merece proteção. Estou triste por sermos impedidos de apoiar mulheres vulneráveis e seus filhos em oração.”
“Me entristece que o tribunal tenha rejeitado nosso processo, aprovando indiretamente a proibição de nossas vigílias de oração silenciosas perto do centro de aconselhamento de aborto”, ela continuou.
O Dr. Felix Böllmann, consultor jurídico da ADF International, que representou o grupo 40 Dias pela Vida, disse à Catholic News Agency: “Lamentamos a decisão do tribunal, que restringe a liberdade de expressão, reunião e religião.”
"Ainda estamos aguardando as razões para o veredicto, mas a rejeição do caso obviamente falha em reconhecer que a liberdade de expressão é o fundamento de qualquer democracia livre e justa. Que tipo de sociedade nega a oração às mulheres e crianças necessitadas?”, perguntou Böllmann.
Pavica Vojnović, líder do grupo de oração pró-vida. (Foto: ADF Internacional)
Vojnović acredita que o caso vai além dos grupos de oração pró-vida em frente a clínicas de aborto. “Nossa sociedade precisa dar um melhor apoio às mães em situações difíceis. Essa questão me toca profundamente porque tenho acompanhado muitas mulheres em meio a essa dor”, afirma.
"Isso é mais do que nosso grupo em Pforzheim, mas também se zonas livres de oração podem existir ou se é permitido ter opiniões diferentes no espaço público. É por isso que queremos continuar”, disse ela.
Histórico de restrições
Há dois anos, o município local negou a permissão para o grupo 40 Dias pela Vida realizar vigílias perto do centro de aconselhamento pré-aborto Pro Familia.
Duas vezes por ano, cerca de 20 pessoas se reuniam para orar pelas mulheres que enfrentam o aborto e pela vida de seus filhos ainda não nascidos. As vigílias aconteceram por 40 dias, de forma silenciosa e pacífica.
Apesar de Vojnović solicitar e receber todas as permissões necessárias para suas vigílias anteriores, o município os impediu de orar perto do centro de aborto nos últimos 2 anos.
O grupo não impedia a entrada de ninguém no prédio, nem bloqueava a calçada do entorno. As vigílias de oração foram pacíficas durante os 40 dias. Quando monitorados pela polícia a pedido do “Pro Família”, não foram encontradas violações; e ainda assim, a direção do centro de aconselhamento pré-aborto solicitou que a vigília fosse movida para longe ou totalmente proibida.
O silenciamento da mensagem "pró-vida" tem sido um problema recorrente em toda a Europa — desde as zonas de censura em torno das instalações de aborto até a exclusão das vozes dos alunos pró-vida nos campi universitários, de acordo com a ADF International.