Tribunal proíbe vigília de oração próxima a clínica de aborto na Alemanha

A líder do movimento “40 Dias pela Vida” em uma cidade da Alemanha questiona a existência de “zonas livres de oração”.

Fonte: Guiame, com informações da CBN NewsAtualizado: segunda-feira, 17 de maio de 2021 às 14:00
Pavica Vojnović participa do evento 40 Dias pela Vida em Pforzheim, na Alemanha. (Foto: ADF International)
Pavica Vojnović participa do evento 40 Dias pela Vida em Pforzheim, na Alemanha. (Foto: ADF International)

Um tribunal decidiu pela proibição de vigílias de oração em frente a um centro de aborto na cidade de Karlsruhe, no sudoeste da Alemanha. 

A sentença foi proferida pelo Tribunal Administrativo de Karlsruhe na última sexta-feira (14), informa a Catholic News Agency.

Na semana passada, membros do movimento pró-vida “40 Dias pela Vida”, que realiza vigílias de oração em frente a clínicas de aborto, foram impedidos de fazer uma oração silenciosa em frente ao Pro Familia, um centro de aconselhamento pré-aborto localizado em Pforzheim, na Alemanha.

Em defesa do grupo, os advogados da ADF International, uma organização jurídica cristã, foram ao tribunal alemão na última quarta-feira (12) para discutir o caso.

A Pro Familia é membro da Federação Internacional da Planned Parenthood, responsável por metade dos abortos realizados nos EUA.

Reagindo à decisão do tribunal, Pavica Vojnović, líder do grupo de oração, disse: “Cada vida é preciosa e merece proteção. Estou triste por sermos impedidos de apoiar mulheres vulneráveis ​​e seus filhos em oração.”

“Me entristece que o tribunal tenha rejeitado nosso processo, aprovando indiretamente a proibição de nossas vigílias de oração silenciosas perto do centro de aconselhamento de aborto”, ela continuou. 

O Dr. Felix Böllmann, consultor jurídico da ADF International, que representou o grupo 40 Dias pela Vida, disse à Catholic News Agency: “Lamentamos a decisão do tribunal, que restringe a liberdade de expressão, reunião e religião.”

"Ainda estamos aguardando as razões para o veredicto, mas a rejeição do caso obviamente falha em reconhecer que a liberdade de expressão é o fundamento de qualquer democracia livre e justa. Que tipo de sociedade nega a oração às mulheres e crianças necessitadas?”, perguntou Böllmann. 


Pavica Vojnović, líder do grupo de oração pró-vida. (Foto: ADF Internacional)

Vojnović acredita que o caso vai além dos grupos de oração pró-vida em frente a clínicas de aborto. “Nossa sociedade precisa dar um melhor apoio às mães em situações difíceis. Essa questão me toca profundamente porque tenho acompanhado muitas mulheres em meio a essa dor”, afirma.

"Isso é mais do que nosso grupo em Pforzheim, mas também se zonas livres de oração podem existir ou se é permitido ter opiniões diferentes no espaço público. É por isso que queremos continuar”, disse ela. 

Histórico de restrições

Há dois anos, o município local negou a permissão para o grupo 40 Dias pela Vida realizar vigílias perto do centro de aconselhamento pré-aborto Pro Familia.  

Duas vezes por ano, cerca de 20 pessoas se reuniam para orar pelas mulheres que enfrentam o aborto e pela vida de seus filhos ainda não nascidos. As vigílias aconteceram por 40 dias, de forma silenciosa e pacífica. 

Apesar de Vojnović solicitar e receber todas as permissões necessárias para suas vigílias anteriores, o município os impediu de orar perto do centro de aborto nos últimos 2 anos.  

O grupo não impedia a entrada de ninguém no prédio, nem bloqueava a calçada do entorno. As vigílias de oração foram pacíficas durante os 40 dias. Quando monitorados pela polícia a pedido do “Pro Família”, não foram encontradas violações; e ainda assim, a direção do centro de aconselhamento pré-aborto solicitou que a vigília fosse movida para longe ou totalmente proibida.  

O silenciamento da mensagem "pró-vida" tem sido um problema recorrente em toda a Europa — desde as zonas de censura em torno das instalações de aborto até a exclusão das vozes dos alunos pró-vida nos campi universitários, de acordo com a ADF International. 

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