Roberto Luiz foi diagnosticado com leptospirose e ficou internado em estado grave em São Paulo. Hoje, contrariando o laudo médico, ele comemora a recuperação e afirma ser um milagre.
No dia 7 de dezembro de 2023, o motorista de carreta estava voltando para a cidade de Santos, após realizar uma entrega. No percurso, ele comeu uma manga que pegou no chão e descascou com a boca, sem lavar.
Segundo o G1, depois de dois dias, Roberto, de 53 anos, começou a sentir febre, dores musculares e a vomitar.
No dia 12, enquanto realizava uma nova entrega, as dores aumentaram e ele foi levado para um hospital em Ilha Solteira. Lá, ele foi medicado e liberado.
Na cidade de Santos, o motorista foi a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Noroeste e Leste.
Nos dias seguintes, Roberto continuou piorando: “Meu caso começou a ficar muito grave. Porque os médicos não estavam entendendo o que estava acontecendo. Eu estava com dor no corpo inteiro. Você não conseguia encostar em mim. É dor intensa o tempo todo”, disse ele ao G1.
Leptospirose
Roberto precisou ser internado e no dia 16 de dezembro, foi transferido à Santa Casa depois de apresentar icterícia (pele e olhos amarelados).
No hospital “Santa Casa de Santos”, Roberto repetiu os exames. Então, sem apresentar melhoras, um médico perguntou se ele havia caído em uma enchente ou ingerido bebidas de latinhas.
Nesse momento, ele se lembrou da manga e os médicos conseguiram chegar a uma conclusão. No entanto, as notícias eram desanimadoras.
“Seu fígado e rins pararam. Seus órgãos estão parando. Não tem mais o que fazer", afirmou um residente.
“Eu estava desenganado”, relatou Roberto. E acrescentou que o mesmo médico lhe disse: "Você não está reagindo”.
O motorista observou que apesar do diagnóstico do residente, a equipe médica não desistiu de trabalhar por sua melhora. Ele também atribuiu a sua recuperação às orações da esposa.
De acordo com o G1, a leptospirose é causada por bactérias do gênero leptospira. Geralmente, é transmitida pela urina de animais infectados, como roedores.
Gravidade do caso
A leptospirose de Roberto evoluiu para a Síndrome de Weil, que é uma manifestação mais grave da doença. Em casos específicos, a pele do paciente fica alaranjada, ocorre hemorragia e insuficiência renal.
Roberto precisou fazer hemodiálise, porém o médico estava sem esperanças e disse que ele só sobreviveria por um milagre.
Enquanto lutava para sobreviver, ele confessou que ficou com psicológico abalado, mas ainda buscava ter forças.
“Eu bebia muita água sem querer, comia pedacinhos de bolacha, porque eu tinha que me alimentar e não conseguia. Então, você fica lutando contra o tempo e contra a morte”, contou ele.
Roberto e família. (Foto: Reprodução/Facebook/Roberto Luiz)
Milagre
A esposa de Roberto, mobilizou uma corrente de orações por sua recuperação. Enquanto ele fazia a hemodiálise, muitas pessoas intercederam por ele.
Na madrugada de 21 de dezembro, o motorista começou a apresentar melhoras. Segundo ele, um dos médicos declarou que ele havia 'renascido'. Em poucos dias, ele foi transferido para o quarto e recebeu alta.
No facebook, Roberto testemunhou: “Estamos [ele e a família] vindo aqui agradecer por todas as orações, que de uma forma surpreendente, fizeram mudar minha vida para sempre. Estive desenganado pelos médicos há algumas semanas atrás. Hoje, tenho gratidão pela minha vida e minha saúde. Obrigado Deus pela oportunidade de viver e me dar a cura”.
“Obrigado Senhor por me dar a oportunidade de sobreviver a essa enfermidade. Se não fosse as correntes de orações, com certeza, eu não teria sobrevivido”, acrescentou.
Roberto está se recuperando bem e retornou a sua rotina. Sobre a cura, ele concluiu afirmando: "Foi Deus”.
Errata: Em nota enviada ao Guiame, a Secretaria Municipal da Saúde de Santos informa que o paciente não teve diagnóstico de dengue. “A equipe da UPA Zona Leste trabalhou com a hipótese diagnóstica de dengue, além de infecção do trato urinário e insuficiência renal aguda. A unidade não deu o diagnóstico de dengue para o paciente, pois era ainda uma suspeita. Os exames para esta doença não foram realizados na unidade municipal, mas no local de transferência do paciente”.