Mulher fruto de estupro condena aborto em casos de abuso: ‘Também somos dignos de vida’

Já adulta, Patti Smith descobriu que foi concebida por abuso sexual e passou a defender que crianças nascidas de estupro têm o direito de viver.

Fonte: Guiame, com informações de God ReportsAtualizado: quarta-feira, 22 de outubro de 2025 às 20:06
Patti Smith. (Foto: God Reports).
Patti Smith. (Foto: God Reports).

A cristã Patti Smith foi adotada por uma família nos Estados Unidos e cresceu sem saber sobre a história de seu nascimento e sem conhecer os pais biológicos.

No Ensino Médio, embora ela frequentasse a igreja, acabou engravidando de seu namorado, aos 18 anos.

Ingenuamente, Patti foi até uma clínica da Planned Parenthood em busca de ajuda para sua gravidez inesperada, em 1973.

"Alguém me disse que me daria algumas informações. Mas quando eles confirmaram que eu estava grávida, me prepararam para um aborto na semana seguinte, sem nem mesmo passar por aconselhamento, apenas assumindo que, porque eu estava no Ensino Médio, eu gostaria de um aborto”, contou ela, em entrevista ao God Reports.

"Me lembro da enfermeira dizendo: 'Você não quer arruinar seus planos para a faculdade, não é? O que seus pais vão dizer? Como você vai cuidar de um bebê aos 18 anos?'".

Não ao aborto


Patti Smith na juventude. (Foto: God Reports).

Porém, Patti contou aos seus líderes da igreja que estava grávida e recebeu o apoio que precisava para manter a gestação.

“Eles foram maravilhosos e disseram que ajudariam. Isso é tudo que eu precisava saber, que eu poderia fazer isso, e eles ficariam comigo”, lembrou.

Seus pais também disseram que apoiariam ela e o bebê. "Meu namorado assumiu a responsabilidade por seu filho e nos casamos antes do meu aniversário de 19 anos. Acho que se eu não tivesse tido o apoio de tantas pessoas para salvar a vida do meu bebê, meu filho Jeremy poderia não estar aqui hoje, 50 anos depois”, destacou.

Encontro com mãe biológica

Mais tarde, aos 34 anos, Patti decidiu tentar encontrar sua mãe biológica. Usando o sobrenome da mulher e a cidade onde morava, a filha conseguiu encontrá-la através de ligações.

"Como conheci minha mãe biológica é um milagre total, porque a maioria das pessoas contrata investigadores, mas eu a encontrei sem DNA, porque Deus arranjou tudo”, testemunhou ela.

"Conversamos muito ao telefone e choramos. Ela disse: 'Eu realmente quero ver você'. Ela pegou um avião na cidade de Spokane, em Washington, e me encontrou em Los Angeles, e passou três dias na minha casa, com meus filhos e netos. Eu sabia que Deus juntou tudo com um propósito”, contou.

Quando Patti perguntou à mãe biológica sobre seu pai, a mulher começou a chorar e tremer. 

“Eu tenho que te dizer que fui estuprada e sei o nome dele. Eu vou dar a você, mas quero que você nunca diga a ele onde estou”, revelou a mãe.

Os pais biológicos de Patti haviam sido namorados por um curto período. Quando a mulher terminou o relacionamento, o homem não aceitou e abusou dela. Após a gravidez, o ex-namorado não quis assumir o bebê.

Mesmo em meio a dor do estupro, a mãe decidiu ter a filha e a entregou para adoção, recusando a opção do aborto.

"Como você pôde me carregar em seu ventre por nove meses sabendo que eu era uma lembrança amarga da violência e do mal que você sofreu?", perguntou Patti à mãe biológica.

“Vida em um mundo sombrio”

E ela respondeu: “Você era a luz em um lugar escuro na minha vida. Você me trouxe esperança em meio ao desespero. Eu vivi esse tempo nutrindo você, sabendo que estava trazendo vida e beleza para um mundo sombrio”.

Após descobrir que havia sido concebida por estupro e escapou do aborto, Patti se envolveu na causa pró-vida, defendendo que todos os seres humanos tem direito
à vida.

"As pessoas pensam que [crianças concebidas por estupro] não são tão dignas da vida quanto o resto das pessoas. Temos leis que têm exceções para aqueles que são concebidos em estupro como se fossem cidadãos de segunda classe”, criticou ela.

"Por que não vão atrás do pai ao invés do bebê? Todos aqueles que são concebidos para estupro não fizeram nada de errado. Nosso único erro, se você quiser considerá-lo errado, é que nascemos”.

A cristã já participou de várias organizações que lutam contra o aborto, como Save the One, 40 Days for Life e Lutherans for Life, e ministrou muitas palestras sobre o tema.

"Quando conheci minha mãe biológica, pude agradecê-la por minha vida e apresentá-la aos seus netos. Fui abençoada por conhecê-la dois anos antes de ela falecer. Deus lhe deu um presente antes de morrer. Um reencontro com uma filha da qual ela se despediu há muito tempo, sabendo que fez a coisa certa”, disse Patti.

E testemunhou: “Deus colocou tudo em ordem. Ele pegou aquele ato de estupro e violência e fez algo bonito com isso: a minha vida”.

Ela encorajou outras pessoas a defender o direito à vida dos indefesos no ventre. "Viva uma vida para o Senhor e seja forte e corajoso. Seja uma voz para a vida”, concluiu.

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições