SÃO PAULO - O dólar tem um pregão de forte volatilidade e oscila entre alta e baixa. Minutos atrás, o mercado interno estava descolado do cenário externo, que é marcado pelo derretimento do euro, motivado pela notícia de que a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota em moeda local e estrangeira da Grécia de "BB+" para "B+". O rating de curto prazo permaneceu em "B", mas todas as notas foram colocadas em observação negativa.
"A nota 'B+' incorpora a expectativa da Fitch de que vão ser oferecidos mais recursos à Grécia pela União Europeia e Fundo Monetário Internacional e que os bônus soberanos gregos não vão ser objeto de uma 'reestruturação branda' ou 'mudança de perfil' que levariam a uma nota de default da Fitch", informou a agência.
Nesta jornada, os agentes do mercado de câmbio interno analisam também o fluxo de recursos ao país. Por volta das 12h35, o dólar comercial recuava 0,12%, cotado a R$ 1,613 na compra e a R$ 1,615 na venda. Na máxima, foi a R$ 1,624 e, na mínima, a R$ 1,613.
O contrato de junho negociado na BM&F declinava 0,18%, a R$ 1,618.
Ontem, o dólar comercial fechou com alta de 0,31%, a R$ 1,615 na compra e R$ 1,617 na venda.
As commodities mudaram de direção. Os preços das matérias-primas, que, mais cedo, observavam valorização, começaram a recuar fortemente. Há pouco, o índice CRB declinava 0,57%, aos 337,36 pontos. Na mínima, ficou em 336,44 pontos.
No câmbio externo, o Dollar Index, que mede o desempenho da moeda americana ante uma cesta de seis divisas rivais, avançava 0,51%, aos 75,50 pontos.
O euro, que já caía pela manhã, acentuou a queda e, há pouco, declinava mais de 1%, a US$ 1,415.
Em linha com a piora da aversão ao risco, o VIX, que mede a volatilidade das opções no mercado americano e é visto com um termômetro do medo do mercado, subia mais de 7%, aos 16,69 pontos.
O diretor de câmbio da Renova Corretora de Câmbio, Carlos Alberto Abdalla, lembra que, além das dívidas soberanas de países europeus, os investidores estão preocupados com a inflação e o alto nível de desemprego em todo o mundo.
"Todos os mercados estão sem uma direção definida e clara, neste momento, e os agentes estão atentos a notícias negativas. Pelo visto, a recuperação não será mais em V (com um fundo). Pelo visto, há pessoas que esperam uma recuperação em W (fundo, retomada, novo fundo e retomada)", opina Abdalla.
Nas bolsas de valores, o Dow Jones recuava 0,58%, aos 12.532 pontos, enquanto o S&P 500 declinava 0,60%, aos 1.336 pontos. O Nasdaq tinha queda de 0,74%, aos 2.802 pontos.
No mercado interno, o Índice Bovespa subia 0,68%, aos 62.791 pontos.
(Karin Sato | Valor)