Perseguição a cristãos no Paquistão e na Índia é denunciada na União Europeia

A ADF International, que apoia cristãos perseguidos, pediu à UE que tome medidas para proteger a comunidade cristã no Sul da Ásia.

Fonte: Guiame, com informações de International Christian ConcernAtualizado: sexta-feira, 12 de dezembro de 2025 às 20:09
A ADF International organizou um encontro para discutir a perseguição no Parlamento Europeu. (Foto: ADF International).
A ADF International organizou um encontro para discutir a perseguição no Parlamento Europeu. (Foto: ADF International).

Uma organização cristã denunciou o aumento da perseguição a cristãos no Paquistão e na Índia na União Europeia (UE).

A ADF International, que apoia cristãos perseguidos, organizou uma conferência no Parlamento Europeu, em Bruxelas, para discutir a violência contra a comunidade cristã no Sul da Ásia.

O encontro aconteceu no dia 4 de dezembro e contou com a presença de defensores dos direitos humanos e sobreviventes de perseguição, que compartilharam suas experiências com o Parlamento.

Tehmina Arora, diretora de Advocacia na Ásia da ADF International, destacou a crescente perseguição hindu contra os cristãos na Índia e pediu à UE que tome medidas para proteger as minorias religiosas.

“Os cristãos na Índia são punidos não por irregularidades, mas simplesmente por se reunirem, oram ou ajudarem seus vizinhos. Até mesmo a Suprema Corte da Índia observou recentemente como as leis anti-conversão são mal utilizadas para processar injustamente cristãos”, afirmou Arora.

De acordo com o United Christians Forum, houve um aumento de 500% na perseguição na Índia nos últimos 10 anos. 

Somente entre janeiro e outubro de 2025, mais de 600 casos foram registrados, incluindo linchamento de multidões, humilhação pública, interrupções em igrejas e ataques a propriedades privadas no país.

Leis de blasfêmia

O painel também discutiu o crescimento do uso das leis de blasfêmia para perseguir os seguidores de Jesus no Paquistão. 

Segundo a Human Rights Watch, pelo menos 475 casos de blasfêmia foram registrados em 2024, em comparação com 11 incidentes em 2020.

Cristãos paquistaneses acusados falsamente de blasfêmia sofrem ataques em suas igrejas e casas.

Foi o caso de Shagufta Kausar, uma sobrevivente da perseguição que contou sua história ao Parlamento Europeu.

Após ela e o esposo Shafqat serem acusados de blasfêmia, eles foram abusados em público, em frente a seus filhos pequenos. 

O casal ainda foi condenado à morte e ficou no corredor da morte durante sete anos até serem libertados, com a ajuda da União Europeia.

Shagufta Kausar pediu ao Parlamento que intervisse mais uma vez pelos cristãos paquistaneses. 

"A menos que a comunidade internacional aja, inúmeras pessoas inocentes continuarão sofrendo sob leis usadas para silenciar e destruir os mais vulneráveis", declarou ela.

Proteção para cristãos perseguidos

Na conferência, os participantes ainda abordaram a intensificação da vigilância e da violência contra crentes em outros países do Sul da Ásia, como Sri Lanka, Nepal e Bangladesh.

O deputado pediu à União Européia que use seus recursos para promover a liberdade religiosa no Sul da Ásia.

"A pressão política do Parlamento Europeu é importante, mas a UE também possui poderosas ferramentas econômicas em suas mãos para pressionar governos a garantir a liberdade religiosa e impedir a perseguição", ressaltou. 

"Os cristãos são hoje o grupo religioso mais perseguido do mundo, e é vital que falemos sobre isso publicamente e em voz alta”.

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