Na semana passada, quando Emily Cooper entrou pela primeira vez na sala da primeira série em Moody, Alabama, nos Estados Unidos, ela estava preparada com todo o material detalhado na lista da escola: dois rolos de papel toalha, três pacotes de lenços Clorox, três caixas de lenços umedecidos para bebês, duas caixas de sacos de lixo, sabonete líquido, lenços de papel e Ziplocs.
A primeira vez que eu vi a lista, meu queixo caiu no chão, disse a mãe de Emily, Kristin Cooper, sobre a lista que incluía também itens mais comuns, como cola, tesoura e lápis de cor.
Escolas norte-americana estão começando o novo ano escolar com orçamentos reduzidos e grande demanda por itens básicos. E enquanto muitos pais estão assustados em pagar a conta, as lojas estão se apressando para aproveitar a situação expandindo corredores da categoria de volta às aulas, como nunca antes.
Agora, alguns setores de volta às aulas se tornaram uma espécie de destino para ofertas de zeladoria, com pacotes de toalhas de papel, produtos de limpeza e desinfetante para as mãos ao lado de canetas, cadernos e mochilas.
A OfficeMax está apresentando itens como lenços Clorox em sua prateleira escolar e tem ofertas especiais do tipo compre um, leve dois em produtos de limpeza como removedores de chicletes e desinfetantes. A Office Depot incluiu toalhas de papel e desinfetante para as mãos em seu corredor de volta às aulas. Panfletos da Staples mostram resmas de papel sulfite em promoção, enquanto a Walgreens tem descontos em lenços Kleenex para o período de volta às aulas.
O financiamento estadual e municipal das instituições de ensino, que compõem quase todo o orçamento das escolas públicas, está caindo por causa de uma receita fiscal menor. Algumas das coisas que têm sido historicamente fornecidas pelas escolas, nós não somos capazes de fornecer neste momento, disse Barbara A. Chester, presidente da Associação Nacional de Diretores do Ensino Fundamental.
Na lista do pré-primário da Escola McClendon de Nevada, Texas: um pacote de bolas de algodão, duas embalagens de lenços de papel, rolos de papel toalha, papel pardo e papel de construção e um pacote de sacos para sanduíche.
Alunos do pré-primário do distrito escolar de Joshua, Texas, tem que levar copos plásticos e pratos de papel, enquanto os estudantes da escola do ensino fundamental Nova Central, em Havana, Illinois, e da escola de ensino médio Mesa de Castle Rock, Colorado, devem vir para a aula com um bloco de papel para impressão.
Para os varejistas, a época de volta às aulas só perde para os feriados de final de ano e uma lista de materiais maior é uma boa notícia especialmente num momento em que os compradores estão relutantes em gastar.
Embora o impacto não seja enorme, os varejistas estão em busca de qualquer brecha para aumentar suas vendas. Esta é uma nova oportunidade de negócios que os varejistas não tinham um ou dois anos atrás, disse Steve Mahurin, vice-presidente executivo de produtos da loja Office Depot.
A mudança é notável, mesmo em lojas que vendem muito mais do que material de escritório. Quando eu ando pelo armazém de nossa loja e vejo os pedidos armazenados, não vejo apenas as coisas comuns de se ver computadores, vestuário, disse Mark Snyder, diretor de marketing da Kmart, vejo produtos de limpeza e abastecimento doméstico que os professores e as escolas estão pedindo aos alunos.
Durante anos as listas foram ficando cada vez mais longas, mas em muitas partes do país, segundo educadores e varejistas, a crise econômica também os levou por território desconhecido. "A lista definitivamente teve seu auge este ano", disse Bob Thacker, vice-presidente sênior de marketing e publicidade da OfficeMax.
Em alguns lugares, no entanto, os pais que as recebem têm seus próprios problemas de orçamento, o que deixa as escolas sem uma solução clara.
Malcolm Thomas, superintendente do distrito escolar do condado de Escambia na Costa do Golfo da Flórida, colocou suprimentos como sacos plásticos, lenços de papel e sabão em uma categoria opcional porque sabemos que as pessoas de nossa comunidade também estão em dificuldades, disse ele. Ele também pede doações a empresas locais.