Entre contos, cantos, instrumentos, pinturas, esculturas, instalações, palestras, oficinas e, por que não, terapias, há um ano o Projeto "Unicamp Dia-a-Dia: ciência e arte para o desenvolvimento Cultural", apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp) e pela Fundação Vitae, idealizado e administrado pela Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural (CDC) da Unicamp, dá um sentido diferente à vida de muitas pessoas da comunidade interna e externa à Unicamp. Entre os beneficiados, estão 15 crianças do CCazinho que lidam com suas dificuldades de leitura/escrita ao lado da professora Maria Irma Coudry Hadler, coordenadora da CDC, e de alunos de graduação, mestrado e doutorado da Unicamp. Sediado no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), o CCazinho funciona sob os mesmos princípios do Centro de Convivência de Afásicos (CCA), coordenado pelo IEL e pela FCM.
A cada exposição no Espaço de Arte da CDC, subprojeto do Unicamp Dia-a-Dia, as crianças interpretam, com desenhos a giz de cera, as obras expostas. Dia 15 de abril, eles deram sua interpretação às fotos da exposição As cores do campus, de Antoninho Perri, aberta até nesta terça-feira, dia 29.
A extensão às crianças e aos afásicos é um dos exemplos de que o projeto cumpre sua principal missão: a de integrar a Universidade e a comunidade, unindo a produção científica e artística de alunos, professores e funcionários da instituição e convidando artistas de fora para mostrarem seus trabalhos. As atividades têm contribuído para o acompanhamento das crianças e dos afásicos, diz Maria Irma. O esperado é que os trabalhos integrem ciência e arte.
Além de expor, os artistas dedicam algumas horas às crianças do CCazinho e também ao Programa de Desenvolvimento e Integração da Criança e do Adolescente (Prodecad) da Unicamp. O artista plástico Adélio Sarro provou da graça de interagir com as crianças. Dentro da proposta do Espaço de Arte, ele pôde contar sua história de vida a alunos do Prodecad da Unicamp, depois de as crianças terem visitado sua riquíssima exposição. Uma história bem parecida com a de muitos escolares do programa que não pensavam sequer na hipótese de fazer um desenho bonito e o receberam com frases como: Sarro, sou seu fã e Ao ver sua arte descobri que sei desenhar. A recomendação do artista foi para que os pequenos fãs estudem e descubram a forma de vencer na vida.