O candidato derrotado ao governo do Rio, senador Marcelo Crivella (PRB), anunciou neste domingo, após a confirmação do resultado oficial da disputa no Estado, que irá recorrer até a Brasília, se preciso, contra o adversário Luiz Fernando Pezão (PMDB), reeleito com 55% dos votos. Sem reconhecer a vitória do oponente, afirmou que há 13 processos pedindo a cassação do registro de candidatura de Pezão no primeiro e segundo turnos, sob alegações de abuso de poder econômico e político e por uso da máquina pública na campanha.
De acordo com Crivella, sua equipe jurídica irá acompanhar o julgamento dos casos que ainda correm no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ). Se Pezão ganhar na seara regional, anunciou que irá até os órgãos superiores, como TSE e Superior Tribunal Federal para questionar a legitimidade da vitória do adversário. “Se não for esclarecido aqui (no TRE), vamos recorrer a Brasília. Temos o dever de buscar na justiça pois isso é uma imposição dos nossos eleitores”.
Crivella ainda classificou como “prematuro” qualquer tipo de comemoração por parte do PMDB, partido que lidera a coligação do governador Pezão. Ele ponderou que respeita a decisão “soberana do povo, desde que as eleições sejam de acordo com as regras. E não foram”. Ele lembrou que há processos movidos por partidos que disputavam a eleição contra Pezão e também pela Procuradoria Regional Eleitoral.
O episódio em que Pezão admitiu que sua própria campanha havia criado um site com reportagens e denúncias contra Crivella foi lembrado pelo candidato derrotado durante a entrevista deste domingo. “O Pezão fez questão de dizer: ‘eu que estou patrocinando (o site)’. Ou seja, ele disse: ‘sou um criminoso eleitoral’. Deu uma declaração pública do crime que cometeu”.
Religião
Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus e sobrinho do bispo Edir Macedo, Crivella jogou para Pezão a responsabilidade pelo grande destaque dado ao tema da religião durante a disputa deste ano no Estado. Segundo Crivella, foi o adversário quem misturou as duas searas. “Esse debate não condiz com a vida nacional. A gente tem que discutir política e não religião”.