Cabelo desarrumado, camisa suada e semblante fechado. Sem transparecer nenhum sinal de felicidade pela vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre o Santos, Tite adentrou a sala de imprensa da Vila Belmiro após o triunfo que dá vantagem ao seu time na luta por uma vaga na final da Libertadores. O treinador estava abatido com a notícia da morte de um familiar de um funcionário do Corinthians.
"Sou um cara muito concentrado naquilo que faço. Respeito muito o outro lado. E valorizo muito as pessoas que tenho por perto. Quero mandar um abraço ao Gilvan, que perdeu a filha hoje à tarde. Ele tem uma forte identificação com o Corinthians\", disse o treinador.
Gilvan é porteiro do CT Joaquim Grava e um dos funcionários mais antigos do clube. \"Não quis falar isso antes porque também não apelo para sentimentalismo para ter bons resultados\", adiantou-se.
Solidário ao funcionário, mas irritado com a arbitragem. Tite, que disse ver em aberto a definição da vaga para a final do torneio sul-americano, deixou no ar sua insatisfação com Marcelo de Lima Henrique. O árbitro expulsou o atacante Emerson e não marcou alguns pênaltis pedidos pelos corintianos.
"Não quero falar nada de arbitragem, não vou falar. Não me perguntem mais nada. Eu não quero falar de arbitragem, por favor\", aborreceu-se o técnico, que ironizou a não marcação dos pênaltis, mas também não quis ser contundente por ter visto as jogadas apenas do banco de reservas. \"Quero ver melhor para ser criterioso\".
O jogo de volta da semifinal será na quarta-feira que vem, no Pacaembu. Por largar em vantagem, o Corinthians pode até empatar para se classificar de maneira inédita à decisão da competição.
"Fizemos um grande primeiro tempo, poderíamos ter ampliado o placar inclusive. Construímos uma vitória sólida, consistente, porém foram só os primeiros 90 minutos\", concluiu, já um pouco mais sorridente.
*com Gazeta
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