A Escócia rejeitou a proposta de ser independente do Reino Unido no referendo realizado no país na quinta-feira (17), com a vitória do "não" por quase 55,30% dos votos, informam as agências internacionais de notícias Efe, France Presse (AFP) e Reuters. A rede britânica BBC chegou a antecipar, no início da madrugada desta sexta (19), que os eleitores rejeitariam a proposta dos separatistas.
O 'não' liderou as parciais na apuração do referendo sobre a independência da Escócia o dia todo, e venceu em 27 dos 32 distritos eleitorais, com um total de 2.001.926 votoso, contra 1.617.989 votos do 'sim' (44,70%).
A rede britânica BBC divulgou uma prévia de que o 'não' venceria o referendo por 55% a 45% por volta de 1h15.
O líder separatista, Alex Salmond, reconheceu a derrota. "A Escócia decidiu que este não é o momento de ser um país independente".
A votação começou às 7h (3h, no horário de Brasília) em 2.608 postos em toda a Escócia, e a apuração teve início assim que o processo foi encerrado, às 22h (18h, em Brasília).A vice-primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, admitiu que "há uma real decepção com o fato de que não conseguimos a vitória, por pouco", neste histórico referendo celebrado pelos escoceses.
Patrick Harvie, deputado verde do Parlamento escocês e partidário da independência, já havia admitido 'resultados decepcionantes'.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, falou com Alistair Darling, líder da campanha do 'não', para felicitá-lo "por um bom trabalho".
Michael Gove, ministro da Educação e um dos integrantes do gabinete britânico mais próximos a Cameron, disse: "o Reino Unido está salvo".
A apuração foi retardada devido ao alto índice de participação, em torno de 84%, exceto por algumas exceções, como a cidade de Glasgow, onde a participação foi de 75%. No total, 4.285.323 eleitores estavam habilitados: todos os residentes legais na Escócia - britânicos ou não - com idades acima de 16 anos. Os escoceses que vivem no exterior não puderam votar.
Os eleitores responderam à pergunta: "Escócia deve se tornar um país independente?"