iG São Paulo
Anders Behring Breivik comparece a tribunal em Oslo e, pela primeira vez, permite ser fotografado e filmado
O extremista Anders Behring Breivik, que assumiu um duplo ataque que deixou 77 mortos na Noruega em julho, afirmou nesta segunda-feira que merecia uma medalha de honra pelo massacre. A declaração foi feita durante a última audiência judicial antes de seu julgamento e a primeira em que Breivik concordou em ser fotografado e filmado.
Leia também: Noruega pede nova avaliação psiquiátrica de extremista
Anders Behring Breivik chega à audiência em tribunal de Olso, na Noruega
Foto: AP
A TV norueguesa NRK mostrou Breivik, 32 anos, sorrindo, vestindo roupas pretas e com as mãos algemadas, entrando no tribunal. Antes de se sentar, estendeu os braços, um ato que, segundo seu advogado, Geir Lippestad, é “algum tipo de saudação de extrema direita’.
Lendo anotações preparadas por ele mesmo, Breivik disse que o massacre foi “um ataque preventivo contra os traidores da pátria que abraçam a imigração para promover a colonização islâmica na Noruega”.
Leia também: Saiba como extremista executou plano de ataque na Noruega
A audiência vai definir se Breivik continuará preso até seu julgamento, marcado para abril. O tribunal deve decidir que sim, mas o extremista disse que não aceita a prisão.
“Exijo ser libertado imediatamente”, declarou, provocando risos entre os presentes, entre eles familiares das vítimas do massacre.
Breivik está sob custódia desde julho, quando ocorreu a explosão de um carro-bomba no centro de Oslo e o ataque indiscriminado contra um acampamento da juventude do partido trabalhista na ilha de Utoya.
Apesar de ter reivindicado a autoria do crime, Breivik rejeita a responsabilidade penal pelo massacre, afirmando que ele era "necessário" para salvar a Noruega e a Europa dos muçulmanos e do multiculturalismo.
No ano passado, psiquiatras entregaram à Justiça um relatório no qual afirmaram que Breivik é insano e estava “psicótico” quando cometeu os ataques. Em janeiro, porém, um tribunal da Noruega pediu uma nova avaliação do extremista.
A juíza Elizabeth Arntzen, do tribunal de Oslo, afirmou que a nova avaliação é necessária por causa das críticas ao primeiro relatório. Ao considerar Breivik insano, os especialistas aumentaram as chances de ele ser enviado a uma instituição psiquiátrica e não à prisão.
Na Noruega, para que a defesa alegue insanidade o réu precisa ter cometido o crime em estado psicótico. Isso significa que ele perdeu contato com a realidade ao ponto de já não conseguir controlar suas ações.
Dois novos psiquiatras noruegueses, Agnar Aspaas e Terje Toerrisen, foram nomeados para avaliar o estado psicológico do extremista. Segundo a juíza, ambos os relatórios serão considerados durante o julgamento de Breivikl. Em dezembro, os sete membros da comissão do Conselho Norueguês de Medicina Forense tinham aprovado o primeiro relatório.
Anders Behring Breivik é visto durante audiência em Oslo
Foto: AP
Com AP