O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quer endurecer a legislação sobre compensações por danos em casso de vazamentos de petróleo, que atualmente limita os pagamentos a R$ 130 milhões (US$ 75 milhões).
A Casa Branca informou que Obama se reuniu nesta segunda-feira (10) com uma equipe de seu governo com o objetivo de fazer frente ao derramamento de óleo no golfo do México, após o afundamento da plataforma Deepwater Horizon, operada pela empresa British Petroleum (BP), no dia 22 de abril, dois dias após sua explosão.
Em comunicado, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmou que o presidente abordou a importância de contar com analistas independentes e de colocar todas as soluções possíveis sobre a mesa.
Além disso, Obama encarregou o secretário de Energia, Steven Chu, de comandar uma equipe de altos funcionários e cientistas do governo para manter um extenso diálogo esta semana com a BP sobre possíveis soluções para o desastre.
''Como o presidente deixou claro anteriormente, a BP pagará todos os custos para deter o fluxo de petróleo e sua limpeza, e reivindicaremos uma compensação completa por todos os danos causados'', afirma Gibbs no comunicado.
O porta-voz também disse que Obama pediu o endurecimento da legislação em casos de desastre ambiental. ''[O presidente] pediu que enviássemos uma legislação ao Congresso para endurecer e atualizar a lei que impõe um limite à compensação por danos'', informa.
No último sábado (8), a primeira tentativa de diminuir o vazamento com uma cúpula de contenção fracassou.
O diretor de operações da BP, Doug Suttles, explicou que a formação de hidratos - cristais resultantes da reação entre água e gás a baixas temperaturas e altas pressões - entupiu o orifício de saída do tanque, que deveria recolher o petróleo do mar, a 1,5 mil metros de profundidade, e bombeá-lo até um navio na superfície.
- Movemos [o tanque] para o lado enquanto decidimos como solucionar este inconveniente que surgiu.
Enquanto uma nova tentativa de contenção do vazamento não é feita, executivos da BP e autoridades americanas já admitiram que o petróleo deve continuar sendo jogado no mar durante semanas. As estimativas mais otimistas calculam em 800 mil litros o tamanho do vazamento diário.
As costas da Louisiana e do Mississippi já foram atingidas pela mancha de petróleo. O Alabama deve ser o próximo Estado atingido.
Em paralelo, a BP avança na perfuração de um poço alternativo, perto do que está vazando, por onde técnicos injetariam um líquido mais pesado que o petróleo, atuando como uma espécie de tampão para impedir que líquido continue a vazar.