Primeiro-ministro japonês sobrevive a voto de censura do Parlamento

Primeiro-ministro japonês sobrevive a voto de censura do Parlamento

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:40

O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, sobreviveu nesta quinta-feira (2) a uma moção de censura do Parlamento apresentada pela oposição conservadora, mas prometeu abandonar o poder quando conseguir estabelecer as bases da reconstrução do país após a catástrofe de 11 de março no nordeste do Japão.

"Quando a gestão do desastre causado pelo terremoto estiver encaminhada, eu gostaria que as gerações mais jovens assumissem minhas tarefas", disse o premier.

Kan, de 64 anos, eleito há apenas um ano, ameaçou convocar eleições legislativas antecipadas caso fosse derrotado na votação.     O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, durante reunião para discutir a reconstrução do país após o tsunami de 11 de março, na terça (31) (Foto: Yuriko Nakao / Reuters)         A moção foi rejeitada por 293 votos contra 152 na Câmara dos Deputados. Um total de 445 parlamentares, dos 479 da Casa, compareceram à votação.

Apesar de uma ameaça de rebelião dentro do Partido Democrata do Japão (PDJ), Kan conseguiu todos os votos de sua bancada, depois de prometer aos líderes mais jovens da formação abandonar o poder quando concluir parte da reconstrução das regiões afetadas pelo maior desastre da história do Japão desde a Segunda Guerra Mundial.

Oposição

A oposição, liderada pelo Partido Liberal Democrata (PLD) e seus aliados do Novo Komeito, precisava de pelo menos 82 votos do PDJ para aprovar a moção.

Un rival de Kan dentro do PDJ, o influyente Ichiro Ozawa, havia afirmado que votaria a moção para obrigar o chefe de Governo a abandonar o poder.

Mas a possibilidade de eleições antes da data inicialmente prevista, meados de 2013, levou vários "rebeldes" a apoiar Kan para não correr o risco de perda de mandatom

No fim, Ozawa não participou na votação, assim como outros 30 deputados de várias tendências políticas.

Kan é o quinto primeiro-ministro do Japão em cinco anos.

Mas para o analista político Naoto Nonaka, da Universidade Gakushuin de Tóquio, Kan pode abandonar o poder "no mais tardar em setembro".

"É pouco provável que consiga sobreviver muito tempo neste contexto", disse.

Há vários meses, o primeiro-ministro de centroesquerda perde popularidade. Sua liderança é questionada até mesmo dentro do PDJ.

A imagem de Kan foi ainda mais abalada por sua gestão das consequências do terremoto e tsunami que devastaram o nordeste do país em 11 de março e provocaram, na central de Fukushima, o acidente nuclear mais grave desde o de Chernobyl (Ucrânia) em 1986.        

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