Alckmin anuncia obra para retirada de nova cota do volume morto

Governador disse, porém, que não pretende usar reserva. Volume da quarta cota é de 40 bilhões de litros.

Fonte: Globo.comAtualizado: sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015 às 11:00
Geraldo Alckmin
Geraldo Alckmin

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou na manhã desta quinta-feira (12) que a administração deixará pronta obras para a extração da quarta cota do morto do Sistema Cantareira, caso seja necessário.

A estimativa é de que a quarta reserva técnica, anunciada nesta semana, tenha 40 bilhões de litros e que elevaria o nível do reservatório em cerca de 4 pontos percentuais. A terceira cota, já conhecida mas também ainda não utilizada, tem 41 bilhões de litros.

Apesar de ressaltar que não pretende utilizar a água da reserva técnica recém descoberta na represa Cachoeira, em Piracaia, o governador disse que é preciso deixar a obra pronta.

“Mesmo que não use, nós vamos evitar ao máximo usar até a terceira reserva técnica, é bom você ter obras feitas, preparadas. Reserva técnica existe pra isso, em momentos de grande crise hídrica você poder usar”, afirmou Alckmin.

De acordo com ele, parte da água localizada na quarta reserva técnica do Cantareira não depende de maquinário para ser retirada.

“Deste 40 milhões, em torno de metade, não precisa de obra nenhuma, você consegue retirá-la. A outra metade, pequenas obras de engenharia”, explicou.

O Cantareira é formado por cinco represas - Jacareí, Jaguari, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro - e tem capacidade total em torno de 970 bilhões de litros de água. O sistema abastece 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo e opera com 6,7% nesta quinta-feira após a nona alta de nível em fevereiro. O nível leva em conta duas cotas do volume morto exploradas pela Sabesp.

Em janeiro, a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) já havia confirmado que estuda usar o 3º volume morto disponível na represa Atibainha. No entanto, com o aumento no nível dos mananciais provocado pelas chuvas, o governo adiou o projeto e já diz que evitará sua utilização.

Rio Pinheiros
O governo de São Paulo está retomando o antigo projeto para a despoluição das águas do Rio Pinheiros. Anunciado em 2001 por Geraldo Alckmin, que era governador na época, o projeto acabou abandonado em 2011 após serem gastos mais de R$ 160 milhões com a técnica de flotação, que não apresentou os resultados esperados.

A técnica consistia em aglutinar a sujeira para depois retirá-la, mas a flotação não removeu os metais pesados e poluentes.

Com a limpeza do Rio Pinheiros, pretende-se bombear a água para a represa Billings. “O doutor Kelman [presidente da Sabesp] está retomando, houve lá atrás um questionamento do Ministério Público, mas acho que a gente pode retomar esse trabalho”, afirmou Alckmin.

Em um acordo na Justiça em 2007, o governo aceitou testar a técnica da flotação em uma área menos do Pinheiros e submeter a análise do Ministério Público.

“Eu sempre defendi esse trabalho, porque é um círculo virtuoso. Você limpa o rio, coloca água na Billings. Uma parte dessa água vai para a Guarapiranga, portanto, para abastecimento humano, e outra parte vai para gerar energia elétrica em Cubatão”, disse o governador.

Redução de perdas
Segundo o governador, a Sabesp tem planos de reduzir as perdas de água tratada de 19% para 16% em até três anos.
No entanto, o relatório divulgado pelo Ministério das Cidades apontou que a perda de água nos serviços de abastecimento na região atendida pela Sabesp foi de 32,8% em 2013, último balanço disponível, número superior ao divulgado.

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