Alckmin diz que vai romper contrato após atraso em estações da Linha 4

Quatro estações da segunda fase da linha estão com obras paradas. Trecho tem custo de R$ 1,8 bilhão; SP terá reunião com Banco Mundial.

Fonte: globo.comAtualizado: sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015 às 10:25
Linha amarela
Linha amarela

governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (19) que deve rescindir o contrato com o consórcio Isolux Córsan-Corviam, responsável pelo atraso na entrega de quatro estações da Linha 4-Amarela.
O consórcio culpa empresas terceirizadas e o próprio Metrô pelo atraso. A companhia nega.

Segundo Alckmin, a rescisão só depende de reunião com o Banco Mundial, financiador da obra. Ainda de acordo com o governador, multas também serão aplicadas.
O contrato para início da primeira fase das obras da Linha 4 foi assinado em novembro de 2006. As primeiras estações inauguradas foram Paulista e Faria Lima, em maio de 2010.
A segunda fase de obras teve licitação fechada em 2012 por R$ 1,8 bilhão. Mas, dentro desta etapa, apenas a estação Fradique Coutinho foi aberta, novembro de 2014.
Ainda estão em obras as estações Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia.
Rompimento do contrato
Pelas regras, o segundo colocado na licitação da segunda fase deve assumir as obras se puder cumprir o prazo de entrega. A estação Higienópolis-Mackenzie, por exemplo, deve ser entregue em dez meses e a Oscar Freire, em um ano. Se não puder cumprir, uma nova contratação é feita.
O consórcio Isolux Córsan-Corviam diz que empresas contratadas pelo Metrô atrasaram a entrega dos projetos e isso aumentou o prazo da obra em 50%.
A empresa diz ainda que o Metrô demora para aprovar serviços que não estavam no contrato inicial e que estes atrasos impactaram nos custos de pessoal, equipamentos e materiais.
O Metrô diz que o consórcio recebeu todos os projetos necessários para o andamento das obras. A companhia afirma que, para vencer a licitação feita em 2012, o consórcio Isolux Córsan-Corviam ofereceu um desconto de até 42% no preço sugerido e que, desde o começo, ficou desconfiado de que a construtora não conseguiria cumprir o combinado.
Como o consórcio apresentou toda a documentação exigida, o Metrô se viu obrigado a aceitar o negócio.
Funcionários de braços cruzados
Trabalhadores das obras das estações disseram à reportagem do Bom Dia São Paulo (vídeo abaixo) que estão sem atividades há cerca de cinco meses.

“A gente bate cartão e fica dentro da empresa sem fazer nada”, disse um funcionário, que trabalhava onde será construída a futura estação Frei Caneca, na Zona Oeste da capital paulista.

No canteiro da futura estação Oscar Freire há um cartaz que anuncia o custo da obra de R$ 172 milhões, mas não informa o prazo para conclusão. De cima de um prédio, uma equipe do SPTV fez imagens dos funcionários sem fazer nada, mas mesmo assim ficam na obra das 7h às 17h. Também era possível ver madeira apodrecendo, cimento estragado e vergalhões enferrujando.

A Linha 4-Amarela terá 11 estações ao longo de 13 km, da Luz até a Vila Sônia, na Zona Sul. A obra começou em 2004, mas até agora só sete estações foram entregues, a última, Fradique Coutinho, ficou pronta no final do ano passado.

Na futura Estação Higienópolis-Mackenzie, as obras começaram em 2012, pararam no ano passado e o tapume permanece fechado. Na estação Morumbi, as detonações mal começaram e já pararam, e na Vila Sônia há apenas material estocado.

 

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