A Copa do Mundo só será realizada no Brasil daqui a três anos, mas os aeroportos de São Paulo podem sofrer uma pane antes disso. Milhares de passageiros que nunca haviam andado de avião estão sendo atraídos pelas companhias aéreas com promoções relâmpagos. Os preços baixos aliados à falta de investimento nos aeroportos fazem com que os terminais fiquem cada vez mais lotados.
Antes visto como artigo de luxo, viajar de avião se tornou a primeira opção de transporte para muitas pessoas. Nos primeiros três meses de 2011 mais de 12 milhões de pessoas circularam pelos principais aeroportos de São Paulo Congonhas, na capital, Cumbica, em Guarulhos, e Viracopos, em Campinas.
"O governo estimulou duas coisas. Estimulou a competição das empresas aéreas, que é uma cosia muito saudável, baixou os preços e, além disso, aumentou a renda de classes mais desfavorecidas anteriormente, que hoje em dia têm acesso ao transporte aéreo, explicou o engenheiro e especialista em transportes aéreos Jorge Eduardo Leal Medeiros.
A família Miranda entrou na onda e resolveu aproveitar uma oportunidade. A analista de RH Janaína Gomes achou passagens a R$ 186 ida e volta de Santa Bárbara dOeste, no interior de São Paulo, para o Rio de Janeiro. Onze pessoas viajaram parte delas pela primeira vez. O estado de São Paulo tem 36 aeroportos. Os três principais Congonhas, Cumbica e Viracopos concentram quase 30% do movimento de passageiros de todo o país. Com tanto movimento, os aeroportos ficaram mais lotados.
O passageiros que está encantado ele vai cair na realidade daqui a pouco. Ele vai se acostumar, ele vai exigir um serviço melhor. Isso vai acontecer com certeza, disse o engenheiro Medeiros.
Opções
O aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, fica instalado em meio a prédios, casas e avenidas. Por conta da localização e do barulho produzido pelos aviões, ele só tem autorização para funcionar até as 23 horas. São 17 horas de operação por dia. Durante esse tempo, o movimento é tanto que faz o aeroporto concentrar o maior número de pousos e decolagens do país. A cada dois minutos um avião sobe ou desce em Congonhas.
Há planos de ampliação do aeroporto e de Cumbica, mas por enquanto as obras ainda estão no papel. Uma alternativa pode ser adaptar aeroportos menores, como o de Jundiaí, a 58 km da capital paulista, para que possam fazer voos comerciais.
O terminal de Jundiaí é pequeno, mas tem números bem maiores do que muitos aeroportos de capitais do Brasil. É o 12º em movimentação de aeronaves, mas por enquanto só é utilizado por jatos executivos, particulares.
Foram mais de 20 mil pousos e decolagens em 2010. O aeroporto tem toda a estrutura necessária pronta. A torre de controle foi inaugurada há mais de dois anos. Mas para que o terminal receba voos comerciais, é preciso ampliar a pista.
A ampliação de linhas no interior também pode tirar muitos passageiros dos aeroportos mais movimentados. "O interior de SP representa um potencial muito grande de investimento. E esse crescimento está se vendo escoar através de Viracopos, e que eventualmente Ribeirão Perto e São José do Rio Preto, Presidente Prudente sejam aeroportos que pudessem atender essa demanda com aviação mais regional que nós estamos vendo aumentar, explicou o engenheiro Medeiros.
Em 2010, 1,5 milhão de pessoas circularam por seis aeroportos do interior do estado.
O Bom Dia São Paulo exibe a partir desta terça-feira (10) uma série de reportagens sobre os aeroportos de São Paulo. Nesta quarta-feira (11), o tema será a situação dos aeroportos de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.