O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, esteve em Vitória nesta quarta-feira (23) apresentando o programa de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), adotado pelo Rio de Janeiro em comunidades com alto índice de violência.
José Mariano Beltrame contou que o serviço de inteligência da polícia carioca fez um levantamento e detectou 100 comunidades onde a violência apresentava níveis preocupantes. A Unidade de Polícia Pacificadora já atua hoje em 40 delas. E os resultados, segundo o secretário, indicam que o programa tem atingido seu objetivo.
Alegando que a realidade capixaba é bem diferente do ES, o secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, André Garcia, adiantou que não vai adotar o programa no Estado. E segundo ele, os programas Território da Paz e o de enfrentamento - que consistem em ocupação estratégica de bairros da Grande Vitória, estão dando tendo bons resultados.
Para o secretário André Garcia, é válido conhecer o modelo das UPPs utilizado na capital fluminense, apesar de não existir no momento a possibilidade do mesmo sistema ser implantado no Espírito Santo. "A troca de experiências é muito importante para conhecermos as características desse projeto que é tão bem sucedido", enfatizou. O secretário de Segurança do Rio de Janeiro destacou as mudanças positivas que as comunidades receberam após a implantação das UPPs. "Foi possível o resgate da esperança da população, que hoje acredita e confia mais no Estado e nos policiais", ressaltou.
"É uma estratégia semelhante, num contexto diferente. Nosso contexto é bem mais pacificador do que essas comunidades que receberam até intervenções do BOPE no Rio de Janeiro. Aqui no Estado, em situações pontuais, temos feito intervenções importantes para prisão de lideranças criminosas, permitindo que o policiamento comunitário possa atuar com mais tranquilidade", disse Garcia.
"Unidade de Polícia Pacificadora é uma unidade que está em locais onde se tinha níveis de criminalidade importantes. São locais onde o crime impunha um limite territorial por arma de fogo. As pessoas não tinham uma liberdade de ir e vir garantida. A polícia agora está lá permanentemente 24 horas por dia, dia e noite. A presença da polícia faz com que a sociedade se comunique com os policiais e passe a confiar neles. O objetivo das UPPs é quebrar paradigmas de território imposto por arma de guerra", explicou Beltrame.
Postado por: Cristiano Bitencourt