Fernando Moreira

Fernando Moreira

Fernando Moreira é formado em Ciência da Computação e Teologia. Mestrado em Ciência da Computação. Doutorado em teologia. Membro da Academia de Letras, Artes e Cultura do Brasil. Associado do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

A empatia corrompida: Como IA e Estoicismo preparam o caminho do Anticristo

Jesus alertou sobre falsos mestres e falsos profetas (Mateus 24:11), e hoje eles também se vestem com roupagens digitais.

Fonte: Guiame, Fernando MoreiraAtualizado: quarta-feira, 2 de julho de 2025 às 18:24
(Imagem ilustrativa gerada por IA)
(Imagem ilustrativa gerada por IA)

Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas (2 Timóteo 4:3,4).

Esta profecia cumpre-se hoje na Inteligência Artificial manipulada. Sob influência do espírito do anticristo, algoritmos são usados para:

- Moldar hábitos contrários à fé cristã

- Distorcer a percepção da realidade

- Semear dúvidas sobre Deus

- Abalar a identidade individual

Não que a tecnologia seja maligna em si — muitos cristãos a usam para o bem —, mas seu uso perverso converte-a em veículo das "fábulas" profetizadas. Jesus alertou sobre falsos mestres e falsos profetas (Mateus 24:11), e hoje eles também se vestem com roupagens digitais.

A empatia sem discernimento é a porta larga que conduz ao engano — parece amor, mas é cumplicidade com a mentira.

A empatia Bíblica - capacidade de "alegrar-se com os que se alegram e chorar com os que choram" (Romanos 12:15) - transforma-se em perigo quando perde seus limites espirituais, i.e., quando conduz as pessoas à complacência com o pecado. Não é porque o mundo secular afirma que está certo, que é certo. O temor do Senhor e o bom senso tem que ser marcas do discernimento individual. O prudente vê o mal e esconde-se; mas os simples passam adiante e sofrem a pena (Provérbios 27:12).

“Crentes velhos” cheios de si, acham que podem lidar com a aparência do mal (1 Tessalonicenses 5:22), sem consequências danosas, às vezes, até conseguem no início (faz parte do jogo de sedução do diabo, até conduzi-los ao enfraquecimento espiritual, e apostasia), mas os neófitos, novos na fé, olhando o mau exemplo, acham que é normal, e se desviam antes de aprender a discernir (Mateus 4:15).

As Escrituras também nos advertem contra a ingenuidade emocional: O coração do prudente adquire conhecimento, e o ouvido dos sábios busca a sabedoria (Provérbios 18:15). E ainda: Quem é espiritual discerne todas as coisas (1 Coríntios 2:15); mas parece que ´muitos´ estão seguindo o espírito do anticristo, como se fosse um passeio no parque de diversões.

Em outras palavras, empatia sem discernimento pode nos levar a aprovar o erro, a encorajar o pecado e a confundir o falso com o verdadeiro, o artificial com o humano.

Quando a empatia se torna pecado?

A empatia se torna numa ferramenta do anticristo, quando:

- Anula o discernimento moral: sentir com o outro não significa aprovar tudo que o outro sente. Validar sentimentos ≠ aprovar pecados.

- Gera manipulação: como alertado por especialistas, plataformas de IA já são capazes de mentir com “voz empática” e tom agradável, enganando com mais eficácia.

- Desconecta da verdade: a Bíblia adverte que nos últimos tempos muitos “terão comichão nos ouvidos e se recusarão a ouvir a verdade” (2 Timóteo 4:3-4).

- Exige validação de comportamentos pecaminosos para "não magoar". Você se envolve emocionalmente com situações que não pode resolver.

- Gera culpa por estabelecer limites necessários. Você sente culpa por dizer “não”, mesmo quando necessário.

- Provoca esgotamento após interações que demandam falsa cumplicidade, que consome a alma.

Sinais desta empatia doentia:

- Culpa por estabelecer limites

- Validação de comportamentos pecaminosos

- Exaustão após interações

Empatia pecaminosa, parece amor, mas é cumplicidade com a mentira.

Apostasia: a queda gradual

A apostasia (gr. apostasia, "rebelião") raramente começa com negação explícita. Surge de concessões sutis:

- Empatia que silencia verdades morais

- Filosofias que substituem a dependência de Deus

Ninguém vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia (2 Tessalonicenses 2:3).

A empatia é uma dádiva, mas como toda virtude, precisa de equilíbrio. A inteligência artificial, ao simular emoções, desafia nossa capacidade de discernir o que é humano do que é programado.

Não é porque responde, que é real. Não é porque parece coerente, que é verdade.

A Bíblia nos chama a sermos “prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mateus 10:16). Que nossa empatia seja guiada pela verdade, e não pela ilusão.

Apostasia: o caminho sutil do desvio

A apostasia não começa com uma negação explícita da fé, mas com concessões sutis à mentira (ao pecado). – Fernando Moreira

A apostasia (do grego apostasia - "rebelião") raramente começa com negação explícita. Surge de concessões graduais - como abraçar uma "empatia" que silencia verdades morais, ou adotar filosofias que substituem a dependência de Deus.

Como alerta 2 Tessalonicenses 2:3 e 4 (Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus...), ela é sinal dos últimos tempos.

É neste solo vulnerável que florescem substitutos filosóficos - como o estoicismo secularizado que analisaremos - que soam sábios, mas contradizem o Evangelho.

Estoicismo: a falácia humanista da falsa sabedoria

O estoicismo, filosofia que prega o domínio das emoções e a aceitação racional do destino, tem ganhado popularidade como “manual de vida” moderno - impulsionado por livros, coaches e algoritmos de IA – tem provocado uma crise na fé nos incautos, por ser um Cavalo de Troia filosófico. No entanto, a Bíblia apresenta sérias objeções a essa visão:

Pilar Estoico

Verdade Bíblica

Deus como força impessoal

Deus pessoal que "amou o mundo" (João 3:16) e se relaciona.

Razão como guia supremo

"Em Cristo estão todos os tesouros da sabedoria" (Colossenses 2:3)

Negação da ressurreição

Paulo foi zombado por estoicos ao pregá-la (Atos 17:32) - pedra angular da fé (1 Coríntios 15:17)

E ainda:

Negação da Ressurreição e da Esperança Escatológica

Em Atos 17, Paulo discursa no Areópago de Atenas e é confrontado por estoicos e epicureus. Eles zombam da ideia da ressurreição: Quando ouviram falar de ressurreição dos mortos, uns zombaram (Atos 17:32). O estoicismo crê na dissolução da alma no logos universal, negando a ressurreição individual — um pilar da fé cristã (1 Coríntios 15:17).

Exaltação da Razão Humana sobre a Revelação Divina

Os estoicos valorizavam a razão como guia supremo. Paulo, porém, aponta para a revelação de Deus em Cristo: Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência (Colossenses 2:3). A Bíblia não condena a razão, mas a idolatria da razão como substituta da fé.

Rejeição do Deus Pessoal

O estoicismo via Deus como uma força impessoal. O evangelho revela um Deus que ama, se relaciona e salva: Porque Deus amou o mundo de tal maneira... (João 3:16).

O estoicismo moderno é ainda mais enganoso:

- Anestesia emocional: Frases como "controle suas emoções" negam a humanidade cristã - Jesus chorou (João 11:35).

- Autossuficiência orgulhosa: Substitui a graça por "seja seu próprio salvador".

- Frieza programada"Não sinta, apenas siga" contrasta com "suportai as cargas uns dos outros" (Gálatas 6:2).

- Pragmatismo espiritual: "Ganhe o mundo" vs. "Salve sua alma". Priorizar resultados práticos em detrimento da comunhão com Deus – "Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" (Marcos 8:36).

A empatia é boa quando nos move à compaixão com discernimento. É ruim quando nos torna cúmplices do erro ou nos afasta da verdade. A resiliência é boa quando nos fortalece na fé, mas se torna orgulho quando nos isola de Deus. O estoicismo pode parecer nobre, mas sem Cristo, é apenas uma filosofia de sobrevivência — não de salvação

Pense nisto:

A empatia sem verdade (Provérbios 9:10) é cumplicidade com o erro.

A resiliência Bíblica não é endurecimento, mas esperança.

O estoicismo ensina a suportar a dor; Cristo ensina a redimir a dor.

Não é porque parece sábio que é santo. Nem todo autocontrole é fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23).

Diante de IA que simula compaixão e filosofias que vendem autocontrole sem cruz, vivamos o chamado de Jesus: Sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas (Mateus 10:16).

Que nossa empatia nunca nos afaste da Verdade, e nossa firmeza sempre nos una ao Redentor que transforma dor em glória.

Maranata ora, vem Senhor Jesus!

 

Fernando Moreira (@prfernandomor) é pastor na Igreja Batista do Povo em Americana - SP. Bacharel em Ciência da Computação e Teologia. Mestrado em Ciência da Computação. MBA em Vendas, Marketing e Geração de Valor. Doutorado em Teologia. Membro da Academia de Letras, Artes e Cultura do Brasil. Mentor de alunos de MBA, executivo de tecnologia, orientador de carreiras executivas, conselheiro administrativo, palestrante, conferencista e autor de vários livros.

O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Como a Inteligência Artificial está minando a autonomia da juventude

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