O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, disse nesta quinta-feira (26) que a quebra de sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e de outras três pessoas ligadas ao partido é um crime contra a Constituição com finalidade eleitoral e que há uma permanente guerra de baixaria por parte do PT.
As declarações foram dadas em uma entrevista coletiva após encontro com empresários na sede da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em São Paulo.
Não é a primeira vez que sofro esse tipo de baixaria. Vocês se lembram do 'dossiê dos aloprados' comandado, organizado pelo atual candidato a governador do PT em SP, disse, em referência ao senador Aloizio Mercadante, que disputa o governo estadual. Agora mais essa, completou. Questionado sobre a quebra do sigilo fiscal de Eduardo Jorge, Serra não descartou que o partido entre com alguma ação na Justiça. O candidato afirmou que a decisão do PT em processá-lo por declarações a respeito do assunto é uma forma de inverter os papéis, de a vítima ser a culpada.
Na entrevista, o candidato tucano falou sobre temas como política econômica e política comercial e não quis comentar a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta (26), apontando que o candidato perdeu a liderança em vários estados e está 20 pontos percentuais atrás da candidata do PT , Dilma Rousseff. O tucano encerrava a entrevista quando foi questionado sobre como o assunto da quebra de sigilo seria tratado na campanha eleitoral. Vocês são tão fixados com 'ti-ti-ti' que mesmo as coisas de 'ti-ti-ti' que são importantes vocês não perguntam, disse, retomando a entrevista.
No discurso aos empresários, Serra também citou a quebra de sigilo e fez críticas indiretas à candidatura de Dilma. "É preciso uma definição clara das coisas, do que foi feito de verdade, do que não foi feito, o que deve ser mantido, o que deve ser alterado, mesmo em questões mais doutrinárias como a questão da liberdade de imprensa, a questão de crimes contra a Constituição como foi feito agora com a quebra de sigilo bancário de pessoas, o aparelhamento do Estado, muitas coisas".
Período de 'muita batalha'
Sem citar o nome da petista, o candidato do PSDB disse aos empresários ainda que uma candidatura "não pode ter duas caras" e que governo "não se terceiriza".
"Pra quem gosta de futebol, pode entender isso com muita facilidade. Tem um técnico, o técnico se sai bem, vai para o exterior, pra outra seleção. Indicar outro técnico dizendo que ele vai ser o técnico do time à distância é o mesmo realismo de imaginar que o Brasil possa ser governado pelo Lula fora do governo."
O tucno encerrou o discurso dizendo que tem um "período forte pela frente, de muita batalha" e pedindo votos.
Postado por: Thatiane de Souza