Cientistas australianos e britânicos observaram pela primeira vez o funcionamento de uma proteína capaz de destruir células cancerígenas. Essa descoberta vai permitir avançar no tratamento contra o câncer, a malária e o diabetes, revelaram nesta segunda-feira (1) os pesquisadores.
A descrição da estrutura molecular dessa proteína, chamada perforina, e seu funcionamento, foram publicados na última edição da revista científica Nature.
Segundo o responsável pela pesquisa, James Whisstock, da Universidade de Monash (Austrália), essa proteína perfura células tomadas por vírus ou que se transformaram em células cancerígenas e permite a entrada de enzimas tóxicas que depois as matam de seu interior.
- Sem essa proteína, nosso sistema imunológico não pode destruir as células cancerígenas. Agora que sabemos como é seu funcionamento, podemos começar a ver como é possível combater o câncer, a malária e o diabetes.
A pesquisa, que durou dez anos, conclui as observações que o prêmio Nobel Jules Bordet iniciou há cerca de 110 anos. A descoberta dá uma resposta fundamental ao mistério da imunologia, disse Whisstock, ressaltando que a falta de perforina acelera o desenvolvimento de tumores e, em particular, de leucemia.
A proteína também pode atacar células sadias por uma deficiência do sistema imunológico, como no estádio inicial do diabetes, ou pela rejeição de um tecido após um transplante de medula óssea.