Qual exercício contra o excesso de peso é mais indicado?

Sabemos que a atividade física é um dos principais meios de combate à obesidade. Mas a dúvida que fica é: qual tipo de exercício é mais eficaz para isso?

Fonte: Guiame, com informações de Saúde É VitalAtualizado: quarta-feira, 15 de março de 2017 às 12:11
A atividade física é um dos principais meios de combate à obesidade. (Foto: Reprodução)
A atividade física é um dos principais meios de combate à obesidade. (Foto: Reprodução)

A atividade física é um dos principais meios de combate à obesidade, mas seus benefícios podem prevenir doenças que vão além dos quilos a mais.

Segundo dados do Grupo de Estudos da Obesidade da Universidade Federal de São Paulo, adolescentes sedentários, de 15 a 19 anos, com peso aproximado de 100 quilos, apresentam alta prevalência de outros riscos à saúde: 50% têm excesso de gordura no fígado, 40% sofrem com dificuldades respiratórias, 32% possuem a síndrome metabólica (uma ameaça para o coração) e mais de 90% enfrentam alta probabilidade de desenvolver diabete.

Informações como estas apenas reforçam a necessidade de investir em uma vida fisicamente ativa. Por outro lado, fica a questão: qual a melhor intensidade do exercício?

De acordo com a Dra. Ana Dâmaso, coordenadora do grupo de estudos da Unifesp, a linha de pesquisa investigou dois tipos de treinamento moderado: o aeróbio (caminhada em esteira ou bicicleta ergométrica) versus o aeróbio combinado com a musculação.

“Após um ano nesse programa de emagrecimento, verificamos que o treino combinado resulta em efeitos mais significativos na redução do risco cardiovascular – a prevalência de síndrome metabólica caiu de 32 para 8% – e de gordura no fígado e tendência ao diabete”, disse ela ao site Saúde É Vital.

O que explica isso? “O treinamento físico moderado e combinado ajuda a regular a liberação de leptina, hormônio que reduz a fome e eleva o gasto energético e que, na obesidade, não atua de forma adequada, e aumenta os níveis de adiponectina, substância que participa do equilíbrio do açúcar no sangue e do controle dos processos inflamatórios atrelados à obesidade”, esclarece a especialista. “São mecanismos que auxiliam a entender como o exercício diminui a exposição ao diabete e às repercussões cardiovasculares.”

Os estudos têm observado que o treinamento intervalado, que intercala os ritmos de alta e baixa intensidade, otimiza o gasto calórico e seus efeitos após o exercício em si. Dessa forma, a modalidade emerge como estratégia viável para a redução da massa corporal.

Considerando os prejuízos à saúde ligados ao excesso de peso, é importante ressaltar a necessidade de uma prescrição da atividade física individualizada, precisa e segura. “Os exercícios devem ser escolhidos considerando também o prazer que são capazes de proporcionar, e não a penúria ou o sacrifício. Isso ajudará a garantir que sejam mantidos ao longo da vida, o que trará mais saúde e menos doenças”, disse a Dra. Ana.

* Dra. Ana Dâmaso é educadora física, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadora do Grupo de Estudos da Obesidade da Unifesp.

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