Série Mulher Cristã: Aimée Semple McPherson, uma pregadora com dom maternal

Em 1930, chegou a pregar 20 sermões semanais, comandar programas de rádio, escrever livros, hinos e outros artigos cristãos.

Fonte: Guiame, Caroline FontesAtualizado: quinta-feira, 2 de maio de 2024 às 19:18
Aimée Semple McPherson. (Foto: Wikipedia)
Aimée Semple McPherson. (Foto: Wikipedia)

Na história de vida de Aimée Semple Mcpherson, houve tragédias e grandes vitórias. Ela nasceu no dia 9 outubro de 1890 em Ingersoll, Ontário, Canadá. Seu pai, James Morgan Kennedy, era metodista; e sua mãe, Mildred Ona Pearce, era do Exército de Salvação. Na adolescência, dos 14 aos 16 anos, ela já estava morando nos Estados Unidos com seus pais e Aimée começou a questionar alguns ensinamentos sobre a fé, a igreja, e acabou se distanciando um pouco dos assuntos religiosos. Dessa forma, seu pai preocupado, com essa situação decidiu levá-la a um culto de avivamento. Nesse culto, Aimée foi fortemente impactada pela presença de Deus, através da mensagem pentecostal do pregador irlandês Robert Semple. Para grande surpresa de seus pais, ela começou a orar para receber o batismo no Espírito Santo.

Depois de um tempo, suas orações finalmente foram respondidas: Aimée abandonou a escola secundária para dedicar mais tempo a obra missionária local. Depois de um tempo, o pregador pentecostal Robert Semple a pediu em casamento, e Aimée aceitou sem duvidar. Ela tinha 17 anos quando eles se casaram, em 12 de agosto de 1908. Logo, eles foram realizar um trabalho missionário em Hong Kong, na China. Mas após 2 anos, Robert Semple foi acometido de malária e faleceu. No mês seguinte, depois de ter nascido sua filha em Hong Kong, Aimée regressou, confundida e dolorida, aos Estados Unidos, onde sofreu desprezo de seus amigos pentecostais, que a consideravam um fracasso.

Aimé se uniu ao Exército de Salvação, ao qual sua mãe pertencia. Como muitas mulheres de sua época, não restou muita alternativa a ela senão um segundo casamento. Um ano depois, ela se casou com um jovem homem de negócios, chamado Harold Mcpherson e se mudou para Rhode Island, onde nasceu seu filho Rolf. Nesse mesmo tempo, o chamado do Senhor ardia em seu coração, Aimée retornou ao campo da pregação. Ao contrário do primeiro esposo, Harold tinha outras pretensões que não a missão evangelística. Por não conseguirem encontrar um denominador comum, já que Aimée dedicava um bom tempo de sua rotina à pregação, depois de 9 anos de casamento, o casal acabou se separando, em 1921.

Nesse período de pressões e sentimentos conflitantes, Aimée estava se tornando a evangelista mais famosa nos Estados Unidos. Ela realmente tinha um talento para pregar e articular suas ideias, chamando as pessoas para o batismo. Ela literalmente arrebanhava multidões. No verão de 1917, Aimée começou a publicar Bridal Call, uma revista mensal que mobilizou seus seguidores, estavam dispersos, começando a chamar também a atenção da imprensa.

Ela foi uma mulher à frente de seu tempo e corajosa. Em 1918, ela aceitou pregar do outro lado do país. Então, viajou de automóvel até Los Angeles, provavelmente com os dois filhos. Era uma viagem arriscada, que poucas mulheres haviam intentado fazer antes dela. Durante a viagem, Aimée pregou, distribuiu folhetos e visitou pequenas congregações.

De Los Angeles, em 1919, McPherson iniciou uma série de reuniões que aumentaram sua fama. Um ano depois, ela pregava nos maiores auditórios do país e a multidão se aglomerava para ouvi-la. Aimée correspondia às pessoas, orando pelos enfermos e ensinando a Palavra de Deus. Seus sermões eram tão bem ilustrados e estruturados, que os fiéis se desprendiam dos entretenimentos de Hollywood.

Entre 1922 e 1923, Aimée fundou a Fourquare Gospel Church, que é conhecida no Brasil como Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ). Sua igreja tinha capacidade para 5 mil pessoas sentadas. Em 1924, ela lançou sua própria rádio, que era propriedade da igreja e o Instituto Bíblico, também instalado no edifício da igreja. Conhecido como Bible College, era um centro de capacitação para treinar e equipar homens e mulheres para que sejam evangelistas, missionários, pastores e maestros, que tão desesperadamente se necessitam para levar as pessoas a Cristo e fundamentar a fé das pessoas na Palavra de Deus. Ela era chamada afetuosamente de “a irmã Aimée”, uma cidadã notável, em uma cidade em evolução e em uma época em que as mulheres não eram aceitas em um ministério público. Apesar de sua vida pessoal turbulenta, ela continuou pregando até sua morte.

Durante a crise econômica de 1929, Aimée conduziu um trabalho determinante do sentido de “dar pão a quem tem fome”. Ela fazia campanhas de arrecadação de cobertores e roupas, levava médicos aos doentes que não podiam pagar por um atendimento, e chegou a comprar maquinário de costura para empregar algumas pessoas.

Em 1930, sua produção estava no ápice: chegava a pregar 20 sermões semanais, comandava programas de rádio, escrevia livros, hinos e outros artigos de conteúdo cristão. Ao longo da vida, compôs nada menos que 105 hinos e 13 óperas sacras. Em 1931, ela casou-se pela terceira vez. David Hutton era um artista: cantava e atuava. Contudo, ela foi muito criticada, pois o seu ex-marido ainda estava vivo, e para os padrões da época, ela só poderia constituir matrimônio depois que Horold morresse. A união com David durou somente 3 anos.

Em 1940, sua saúde física começou a ficar debilitada. Até que, em 26 de setembro de 1944, ela faleceu. Sabemos, que como todos nós ela era uma mulher imperfeita, mas que deixou um grande legado de fé, guerreira e corajosa, não teve medo das dificuldades que poderia enfrentar em sua grande jornada. A devoção a Deus não pode ficar apenas restrita à nossa zona de conforto, pois ao expor o Evangelho de Cristo, também expomos a nossa vida; e com isso também iremos sofrer as pressões do mundo e, sem dúvida, até mesmo daqueles que estão próximos de nós.

Portanto, sem a capacitação do Espírito Santo não conseguiremos atravessar a linha entre a nossa comodidade e o caminho da renúncia para estarmos engajadas e fixadas no trabalho que realmente importa para Deus. Jesus nos fala de um trabalho, que para Ele e para o Pai, era o principal. Ele diz, em João 5:17: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”. Antes disso, ele diz para os discípulos, em João 4:38, “Eu vos enviei a ceifar onde vós não trabalhastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho”. Realmente, Aimée Semple McPherson e tantas outras mulheres aceitaram esse chamado do Senhor Jesus.

Hoje, o Senhor também está nos chamando para sermos desprendidas, e fixadas na vontade de Deus, a fim de sermos as trabalhadoras da grande seara do nosso Senhor Jesus. Lembrem-se! Quem trabalha para Jesus, recebe galardão, alegria e ajunta fruto para vida eterna.

Referências:

COLETIVO BEREIA. Aimée McPherson: uma mulher de coragem no seio do pentecostalismo. Publicado originalmente no CONIC. Disponível em: <https://coletivobereia.com.br/aimee-mcpherson-uma-mulher-de-coragem-no-seio-do-pentecostalismo/ > Acesso em 01 mai de 2024.

HYATT C, Susan. Mujeres LLenas del Espíritu. IN.: SYNAN, Vinson, El Siglo del Espírito Santo. Cien anos de rnuevo pentecostal y carismático. 1ª ed. Buenos AIRES, Peniel,2005.

 

Caroline Fontes é formada Bacharel em Teologia; com pós- Ciência da Religião, formada em Pedagogia – UERJ, pós-graduação em Neuropsicopedagogia – FAMEESP. Reside no Rio de Janeiro, casada com pr. Ediudson Fontes, mamãe de Calebe Fontes. Diaconisa na Igreja Assembleia de Deus – Cidade Santa, professora na EBD, e idealizadora do Clube de Leitura da Mulher Cristã- Enraizadas em Cristo.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

 

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