Quando pesquisamos o desenvolvimento da história da humanidade, encontramos pessoas menos favorecidas sendo auxiliadas pela ação social, que visa suprir suas necessidades. Mas por que ocorre essa e outras situações tendo como alvo pessoas menos favorecidas? As respostas são variáveis, mas creio que a melhor resposta vem das Escrituras.
A desobediência a Deus, cometida pelo primeiro casal, afetou toda humanidade (Gênesis 3; Romanos 3:23). Por consequência, herdamos o sentimento negativo com a relação ao próximo. Egoísmo, falta de empatia, entre outros sentimentos, demonstram que os seres humanos possuem a natureza pecaminosa. Por essa razão, a desigualdade social exacerbada e a injustiça social estão enxertadas na sociedade mundial.
A solidariedade é uma forma de trazer um benefício para os menos favorecidos. Infelizmente, muitos políticos se utilizam desse assunto para “palanque eleitoral”, para atrair eleitores. Há aqueles que afirmam que esse tema só pertence a uma “ideologia política”, mas se esquecem de que praticar o bem está acima de qualquer ideologia política partidária e religiosa.
As Escrituras Sagradas são claras nas suas mensagens acerca da solidariedade, além de denunciar as injustiças sociais. Profetas do Antigo Testamento como Isaías, Jeremias, Oseias, Miqueias, Naum e Sofonias fizeram isso. Eles condenavam a exploração dos fracos e os abusos cometidos pelos fortes. Suas mensagens proféticas ganham destaque em relação ao social. No Novo Testamento, a parábola contada pelo Senhor Jesus Cristo, sobre o Bom Samaritano, é um grande ensinamento relacionado à atitude de se fazer o bem ao próximo.
O teólogo Donald Stamps define que “quem afirma ser cristão, mas tem o coração insensível diante do sofrimento e da necessidade dos outros, demonstra cabalmente que tem em si a vida eterna” (STAMPS, 1997, p.1527). Ele explica que, o verdadeiro salvo em Cristo Jesus, tem compaixão das pessoas que sofrem com grandes necessidades. Porque o Senhor Jesus tinha compaixão das pessoas (Mateus 9:36). Quem diz ser cristão, mas não demonstra empatia para com o próximo, mostra que o cristianismo está bem longe de sua vida.
É de suma importância tratar desse assunto dentro dessa perspectiva. O Senhor Jesus Cristo não foi um revolucionário político como alguns definem. Outros pegam o texto de Atos 2:42-45, interpretando que comunismo era uma prática na Igreja Primitiva. Mas se esquecem que depois desse episódio, os crentes passaram dificuldades sociais por falta de prudência. Essa interpretação é no mínimo forçada e anacrônica.
Ação social é ato de beneficiar pessoas, de demonstrar compaixão a elas. O Evangelho do Senhor Jesus Cristo oferece salvação, perdão e vida eterna. Ação social é uma demonstração de amor ao próximo, como Jesus nos ensinou.
Referência bibliográfica:
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
Ediudson Fontes é Pastor auxiliar da Assembleia de Deus – Ministério Cidade Santa no RJ. Teólogo. Pós-graduação em Ciência das Religiões. Mestrado em Teologia Sistemática. Professor de Teologia, autor das obras: “Panorama da Teologia Arminiana”, “Reforma Protestante e Pentecostalismo – A Conexão dos Cinco Solas e a Teologia Pentecostal” e “A Soteriologia na relação entre Arminianismo e Pentecostalismo”, todos publicados pela Editora Reflexão. Casado com Caroline Fontes e pai de Calebe Fontes.
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