“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até o Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).
A salvação é obra divina e não humana. Deus a planejou na eternidade, executa-a na história e a consumará no Dia de Cristo Jesus. Sendo Deus o idealizador, o executor e o consumador da nossa salvação, devemos, à luz do texto em epígrafe, observar cinco verdades solenes:
Em primeiro lugar, a salvação é uma obra divina. O veterano apóstolo Paulo diz que é o próprio Deus quem opera em nós a salvação. Foi Deus quem nos amou primeiro e nos escolheu em Cristo antes dos tempos eternos. Foi Deus quem nos deu vida, ressuscitando-nos juntamente com Cristo. Foi Deus quem operou em nós tanto o querer como o realizar. Foi Deus quem abriu nosso coração e os nossos olhos para vermos sua gloriosa salvação. Foi Deus quem nos chamou com santa vocação e pavimentou nosso caminho de volta para ele. Tudo provém de Deus que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo.
Em segundo lugar, a salvação é uma boa obra. A salvação é pelas obras de Deus o Pai, de Deus o Filho, e de Deus o Espírito Santo em nós e por nós. Essa obra é uma boa obra. Essa obra foi planejada antes que houvesse mundo. Foi executada quando Deus o Filho desceu do céu e o Verbo se fez carne. Essa obra foi consumada na cruz de Cristo, quando ele assumiu o nosso lugar, carregou sobre o seu corpo os nossos pecados, pagou a nossa dívida e nos redimiu com o seu sangue. Essa obra é aplicada em nós pela ação de Deus o Espírito Santo. Nossa salvação não é operada pelas obras do homem, mas pela obra da graça de Deus em nosso favor.
Em terceiro lugar, a salvação é uma obra divina em nós. O apóstolo Paulo é enfático quando diz que a boa obra de Deus é em nós. Ao salvar-nos, Deus nos transforma. Ao chamar-nos, Deus nos regenera pelo poder do seu Espírito. Ao agir em nós, ele nos dá um novo coração, uma nova mente, uma nova vida. Tudo se faz novo em nossa vida. Passamos a ser uma nova criatura. Outrora estávamos mortos em delitos e pecados, mas agora ressuscitamos com Cristo. Outrora éramos escravos da carne, do mundo e do diabo, mas agora somos livres. Outrora, éramos filhos da ira, mas agora, somos filhos amados, membros da família de Deus. Outrora vivíamos rendidos às paixões da carne, agora vivemos em novidade de vida.
Em quarto lugar, a salvação é uma obra que tem começo e fim. O mesmo Deus que começou a boa obra em nós vai completá-la até o Dia de Cristo Jesus. Já fomos salvos com respeito à justificação; estamos sendo salvos com respeito à santificação; seremos salvos com respeito à glorificação. Na justificação Deus salvou-nos da condenação do pecado; na santificação Deus está salvando-nos do poder do pecado; na glorificação Deus nos salvará da presença do pecado. Essa obra de Deus tem começo e fim. Deus não a abandonará no meio do caminho. O que Deus começou a fazer em nós e por nós, ele completará. Nossa salvação está garantida e garantida por Deus.
Em quinto lugar, a salvação é uma obra segura. A segurança da salvação é total. O plano de Deus não pode ser frustrado. Deus não precisa fazer rascunho em seus planos. O que ele planejou na eternidade, ele executa no tempo. O que ele começou a fazer em nós, ele vai completar até à segunda vinda de Cristo. É por essa razão que Paulo começou o texto em análise, dizendo: “Estou plenamente certo”. Não há espaço para dúvidas. Não há margem para erro. A perseverança dos santos é uma verdade que navega pelos mares revoltos das crises humanas sem qualquer ameaça de naufrágio. É impossível perecer aqueles a quem Deus escolheu, por quem Cristo morreu e a quem Deus regenerou para uma viva esperança.
Por Hernandes Dias Lopes - pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, escritor, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e diretor executivo da Editora Luz para o Caminho.
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