Referência: Salmo 126
INTRODUÇÃO
A minha vida, a sua vida, a nossa família, a nossa igreja estão precisando de restauração. Não estamos sendo tudo o que deveríamos ser. Algo está faltando: está faltando poder espiritual, unção do Espírito Santo, fome de Deus, paixão pelas almas perdidas. Precisamos de restauração.
NARRAÇÃO
Este Salmo 126 fala-nos de Restauração. Ele descreve três períodos na vida do povo de Israel.
1) O passado (v. 1-3) – Temos uma história de salvação a contar, um passado de glória a agradecer;
2) O presente (v. 4) – Temos um desafio presente a enfrentar, um presente de crise;
3) O futuro (v. 5,6) – Temos um investimento futuro a fazer: um futuro de investimento e promessa.
O mesmo Deus que agiu no passado, é o Deus que age no presente. O mesmo Deus que restaurou no passado é o Deus que restaura no presente. O mesmo Deus que tirou o seu povo dos grilhões da escravidão e o restaurou à sua terra, é o mesmo que pode mudar a nossa sorte.
I.AS MARAVILHA QUE DEU FEZ ONTEM DEVEM NOS INSPIRAR A BUSCAR A DEUS COM MAIS FERVOR HOJE (V.1-3)
1. Nós somos uma igreja histórica, mas não vivemos apenas de história. Nós não moramos no passado. O nosso Deus fez, faz e fará maravilhas. Não vivemos apenas de lembranças. A intervenção de Deus é contemporânea.
2. A intervenção de Deus é maior que a nossa expectativa (v.1)
a) O povo tinha perdido a liberdade, a Pátria, o templo, a família, o culto, as festas. O cerco, a fome, a espada, o opróbrio, a escravidão.
b) O povo estava entregue:
1) À crise da desinstalação – “Às margens dos rios da Babilônia”. Foram arrancados do lar. Seus vínculos foram quebrados. Perderam seus bens, família. Estão aonde não gostariam de estar.
2) A crise da apatia coletiva – “Nós nos assentávamos”. Apatia é desânimo crônico. É morte da esperança. É apostar que a crise é imutável. É aceitar o caos. Todos estão apáticos.
3) A crise da melancolia – “… e chorávamos”. Juntos eles faziam o coral do gemido, a orquestra do lamento, a sinfonia do soluço. Eles não cantavam, não sonhavam, não reagiam à crise.
4) A crise da nostalgia – “… lembrando-nos de Sião”. Eles estão amargos com o presente porque não largaram o passado. Eles só cantam os cânticos de Sião em Sião. Eles dependuraram as harpas.
5) A crise da mágoa incurável – No Salmo 137:5,6 diz que eles olhavam para o futuro apenas para pedir um holocausto, para pedir vingança.
c) Deus quebrou o orgulho de Nabucodonosor. Deus abriu o coração do rei medo-persa. Deus abriu as portas do cativeiro. A libertação não é obra humana. É intervenção sobrenatural de Deus. É Deus quem restaura. É Deus quem nos tira da cova. É ele quem nos põe de pé. É ele quem nos faz sonhar de novo. É ele quem nos enche de poder. Não se contente com migalhas!
3. A intervenção de Deus produz alegria indizível (v. 2).
4. A intervenção de Deus produz impacto nos outros e torna-se um poderoso testemunho entre as nações (v. 2b).
5. A intervenção de Deus gera reconhecimento sincero (v. 3)
a) Foram grandes coisas que foram feitas;
b) Foi o Senhor quem as fez;
c) Essas grandes coisas foram feitas por nós e não contra nós.
II. OS LUGARES SECOS DO AGORA PODEM SER FONTES ABUNDANTES DE VIDA AMANHÃ (V. 4)
1. Um passado de glória não é garantia de um presente glorioso
Eles estão alegres pelas vitórias do ontem, mas ao olharem para o presente, a vida está como um deserto.
As vitórias do ontem não são suficientes para hoje. Temos que andar com Deus hoje. Temos que ser cheios do Espírito Santo hoje. Temos que evangelizar hoje. Temos que investir na família hoje. Não podemos apenas celebrar as vitórias do passado.
Antigas bênçãos não são suficientes para a vida hoje, assim como antigas mágoas não devem estragar o presente. Sansão eram um jovem cheio do Espírito Santo, mas cedeu ao pecado e terminou sua vida preso e cego. Davi era um homem segundo o coração de Deus, mas por não vigiar, adulterou, mentiu e assassinou.
Os lugares dos grandes avivamentos ontem hoje são palcos de igrejas mortas: a) Igreja de Éfeso; b) Igreja Presbiteriana John Calvino em Toronto.
Quem sabe ontem você foi um homem cheio do Espírito Santo, uma bênção, mas o coração agora está murcho, seco, vazio.
Ilustração: Falta pão na casa do pão = reunimo-nos para contar que havia pão… a) Quando falta pão na casa do pão o povo foge; b) Quando falta pão na casa do pão, o povo perece; c) Quando tem pão na casa do pão o povo retorna.
2. A sequidão hoje não é motivo de desânimo, mas para um clamor
É tempo da igreja clamar como Isaías: “Ah, se os céus fendessem e tu descesses!”.
É tempo da igreja fazer como Elias – subir à presença de Deus e meter a cabeça entre os joelhos para orar até chegar o tempo de restauração.
Os avivamentos nasceram no ventre da crise:
a) Atos 2 – Os discípulos estão com as portas trancadas, com medo, mas o Espírito Santo veio e eles se levantaram.
b) Inglaterra no século XVIII – A decadência moral e espiritual era gritante. O clube santo na cidade de Oxford na vigília de 31 de dezembro de 1739 mudou a história da nação.
c) Evan Roberts – 1904 no País de Gales.
d) Erlo Stegen – 1966 na África do Sul.
3. A restauração é obra soberana de Deus
Nós não restauramos a igreja com decretos e leis.
Não produzimos avivamento, ele vem do céu.
“Nós procuramos melhores métodos e Deus procura melhores homens” E. M. Bounds.
Ezequiel 37 – “Senhor, poderão reviver esses ossos?” – “Senhor, tu o sabes”.
4. A restauração é fruto da oração fervorosa
Hoje temos fome de livro, mas não temos fome de Deus.
Lemos livros sobre oração, pregamos sobre oração, temos uma boa teologia sobre oração, mas oramos pouco.
Jesus orou e o céu se abriu.
A igreja orou e o Espírito Santo foi derramado.
Elias subiu e a chuva caiu.
Spurgeon – o segredo do meu ministério é a igreja em oração.
Koréia do Sul – Igrejas presbiterianas que crescem. Paul Young Cho: 70% do tempo em oração. O telefonema do presidente da Koréia.
Esse é um tempo de orarmos pela restauração da nossa família, filhos. Exemplo: Pastor Tim Cimbala orando pela filha.
5. A restauração é um milagre de Deus
O Neguev é o maior deserto da Judéia.
O deserto fica 11 meses seco. Mas no mês das chuvas, as águas correm das montanhas e formas wadis e correntes fluentes de águas e abrem as areias do deserto.
Onde tem água, toda a terra é terra boa.
Deus pode fazer os rios do ES brotarem no deserto da nossa vida.
O Deus que fez a vara seca de Arão florescer pode fazer o seu deserto tornar-se uma fonte.
Ezequiel 47 – águas nos artelhos, joelhos, lombos e um rio caudaloso.
Isaías 44.3-5.
III. A SEMEADURA COM LÁGRIMAS É O PRELÚDIO CERTO DE UMA COLHEITA ABUNDANTE (V.5,6).
1. A semeadura é dinâmica. Exige: sair, andar e chorar.
2. Precisamos pregar aos ouvidos e aos olhos: Antonio Vieira, fala sobre as razões do pequeno resultado da pregação.
a) David Hume
b) Magready Garrick
3. Precisamos regar o solo com as lágrimas. Precisamos aprender o evangelismo das lágrimas com Jesus, Paulo, Mackeyne, William Booth.
4. A colheita é certa, feliz e abundante:
a) João Miguel Corpas
b) Alexandre Duff.
Por Hernandes Dias Lopes