“E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.” (Gênesis 1.14)
A Palavra de Deus ensina que Ele preparou luminares nos céus para marcar os tempos. Isso é muito importante para que possamos entender que o calendário estabelecido por Deus desde a criação, o calendário bíblico, é diferente do calendário gregoriano, que é o que nós usamos atualmente.
O calendário gregoriano é um calendário que teve a sua origem na Europa do século XV, promulgado pelo Papa Gregório XIII em 24 de fevereiro do ano de 1582 em substituição ao calendário juliano, implantado pelo líder romano Júlio César. O calendário gregoriano é solar, enquanto que o calendário bíblico é lunar.
O calendário tradicional de Israel é inspirado no relato da criação, que proclama que o sol e a lua foram criados por Deus para ajudar a medir o tempo e as estações. É importante entendermos isso, pois somente assim conseguiremos ter uma compreensão dos tempos proféticos de Deus.
Portanto, há uma diferença muito grande entre um calendário lunar e um calendário solar. Os ciclos lunares são o mesmo para toda a terra, já os ciclos solares não. No calendário lunar os meses são de 28 dias de duração e eles não se alinham com o calendário solar.
Ao considerarmos essa breve introdução, devemos observar o fato de as festividades do calendário judaico ganharem um significado ainda maior para aqueles que temem ao Senhor. Tais celebrações podem representar tempos oportunos para encontros profundos com o Eterno, segundo os designíos da Palavra de Deus.
Por isso, ao longo da história bíblica, nós encontramos os profetas se preparando para os tempos proféticos, estabelecidos através das festividades judaicas. Estes tempos eram observados a partir do calendário lunar e não no calendário solar, possibilitando que o profeta dentro deste ciclo alcance as revelações do Eterno.
Tempos Proféticos
A palavra utilizada para “festas”, no original hebraico, é “moedim”, que determina o tempo correto estabelecido por Deus para encontrar-se com Seu povo. A raiz desta palavra é “moed”, cujo significado é “tempo determinado, lugar designado, lugar de encontro, sinal designado”.
Por isso, podemos afirmar que as festas bíblicas, observadas pelo povo judeu, são tempos sagrados especiais, dias santos no cronograma de Deus quando, é o tempo que ele demarcou para ter um encontro com o homem. Dia que o Eterno escolheu para revelar-se a nós. Desta forma, precisamos celebrar e observar os tempos que foram determinados por Ele.
Isso pode se torna perceptível quando percebemos que nas principais festas bíblicas, foram justamente as datas escolhidas para que Deus tivesse um encontro com o homem. Na Festa de Páscoa, Deus teve um encontro conosco. Na Festa de Pentecostes, Deus teve um encontro conosco.
Festas bíblicas
Podemos observar que as festas bíblicas estão presentes tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento. Todas estas festas estão centradas na pessoa de Jesus Cristo, que juntamente com seus discípulos observava estas mesmas festas, ainda que soubesse que elas apontavam justamente para a Sua vinda.
As quatro primeiras festas, chamadas festas de primavera, apontam para a primeira vinda do Messias e foram perfeitamente cumpridas por ele nos dias determinados. Com isso temos a prova de que o calendário de Deus tem a previsão de ser profético, pois suas festas são figurativas, sombras do que viria a se cumprir através de Jesus Cristo.
Páscoa
A Páscoa é uma Festa que lembra a libertação do povo Judeu da escravidão do Egito, mas para nós cristãos, lembra a nossa libertação da escravidão do pecado através de Jesus Cristo. Jesus é o Cordeiro Pascal definitivo e provido por Deus para a salvação dos homens, conforme profetizado durante todo o Antigo Testamento, desde a queda do homem.
Todas as Festas da Páscoa anteriores a morte de Jesus Cristo, tinham o propósito de apontar para o tempo profético de Deus. Na pessoa de Jesus Cristo, essa festa teve seu cumprimento máximo, na cruz, onde foi cravada a cédula de nossa dívida com Deus (Colossenses 2.14).
Pães Asmos
A Festa dos Pães Asmos está ligada totalmente a Festa da Páscoa. A Bíblia orienta em Êxodo 12.18, que a partir do final da tarde do dia 14 do mês de Nisã ou Abibe, do calendário judaico, eles deveriam comemorar a Páscoa e, em seguida, deveria observar a Festa dos Pães Asmos.
Conforme está escrito: “Desde o dia catorze do primeiro mês, à tarde, comereis pães asmos até à tarde do dia vinte e um do mesmo mês” (Êxodo 12.18).
Essa festa inicialmente estava vinculada com a libertação que Deus promoveu aos hebreus, após ter matado os primogênitos do Egito, levando o povo a sair apressadamente do cativeiro. Isso se tornaria como um memorial para as futuras gerações.
Mas a Festa de Pães Asmos aponta também para Jesus Cristo, que após ter sido morto, como primogênito do Pai Celeste, deveria ser aceito como renúncia ao pecado. Portanto, essa festa simboliza a remoção do pecado de nossas vidas e a morada de Cristo em nós (1 Coríntios 5.6-8).
As Primícias ou Pentecostes
Era a colheita dos primeiros frutos, ou mais precisamente do primeiro grão. A flor de cevada, recentemente moída, era misturada com azeite e especiarias. Ela era levada ázima (sem fermentar) para o altar, diante do Senhor. Isso iniciava a época de colheita de grãos e marcava um novo ciclo agrícola de sete semanas de colheita, que culminava com outra festa e uma oferta dos últimos grãos.
Essa festividade aponta diretamente para a ascensão de Jesus Cristo aos céus e o envio do Espírito Santo. Deus estabeleceu o tempo de colheita da terra, conforme tradição judaica, como uma figura da colheita espiritual, quando o Espírito Santo iniciaria a grande obra de edificação da Igreja.
Portanto, todas as festas judaicas devem ser observadas como tempos proféticos, como momentos estabelecidos por Deus para encontrar-se com o homem. São tempos em que as Portas dos Céus estão abertas para todos aqueles que almejam um encontro com o Eterno.
Por Joel Engel, pastor, líder do Ministério Engel, em Santa Maria (RS) e fundador do Projeto Daniel, que ajuda crianças órfãs em países da África.
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