O feminismo é uma ideologia reprovável para nós, mulheres cristãs, mas também cômica em alguns momentos. Agora com a guerra na Ucrânia, por exemplo, temos uma ótima oportunidade para ver o quanto as feministas estão dispostas a fazer jus ao discurso dos "direitos e deveres iguais".
Nada melhor para demonstrar o quanto o feminismo age por mera conveniência, e não por fundamentos no mundo real, do que divulgando trechos de uma nota do grupo ucraniano Femen, que há pouco mais de um mês se dirigiu ao presidente da Ucrânia fazendo exigências contra o alistamento militar das mulheres.
"O FEMEN exige que o presidente Zelensky revogue imediatamente o decreto que obriga o recrutamento para mulheres e sua mobilização forçada em caso de quaisquer guerras", diz a nota, argumentando que a participação feminina em conflitos armados pode existir, mas apenas voluntariamente.
Segundo o grupo, teoricamente, se não existem "direitos iguais", também não devem existir "deveres iguais". Será mesmo? Até que ponto esse argumento não passa de uma narrativa fantasiosa para iludir os desavisados?
Desconheço em qual país democrático no século XXI as mulheres são tratadas juridicamente como inferiores aos homens. A Constituição Brasileira, por exemplo, diz que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza", o que inclui a sexual.
Vivemos em uma geração onde os direitos são tão abrangentes e igualitários, que até o público LGBT+ está conseguindo obter conquistas neste sentido, por exemplo, no campo do direito familiar.
A verdade é que o Femen, representando aqui o feminismo moderno, apenas usa um falso argumento para tentar criar uma realidade inexistente, a fim de livrar a cara das feministas que só sabem "lutar" com os peitos de fora pelo direito de legalizar a morte de bebês dentro do próprio útero.
A covardia do feminismo diante da guerra ucraniana (que não diz respeito a todas as mulheres, pois muitas estão no campo de batalha, corajosamente) é só um reflexo da hipocrisia que este movimento radical representa em nossos dias, onde a última coisa que interessa, de fato, é a proteção da mulher enquanto figura feminina.
No mundo real da guerra, onde não há espaço para o ativismo de gênero, é a verdadeira natureza humana que se faz presente. Milênios de batalhas sanguinárias, força bruta, sofrimento, derrota e superação se tornam evidentes no campo de batalha.
É ali, no meio do caos entre bombas e fuzis, que o feminismo e as suas narrativas caem por terra diante dos homens que estão dispostos a perder suas vidas para proteger mulheres, crianças e idosos, instintivamente e não por construção cultural.
Essa realidade que diferencia homens e mulheres não é quesito de valor, mas de natureza. Defender isso não é desmerecer a luta de uma mulher numa trincheira, ou mesmo fora dela, protegendo os filhos, mas entender que, se reconhecemos essas diferenças, teremos mais chances de sucesso não apenas como mulheres, mas como humanidade.
Marisa Lobo é psicóloga, especialista em Direitos Humanos, presidente do movimento Pró-Mulher e autora dos livros "Por que as pessoas Mentem?", "A Ideologia de Gênero na Educação" e "Famílias em Perigo".
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