Quantas vezes já idealizamos uma vida perfeita, sem batalhas, sem erros, sem demagogias e um desespero por ser mais sucedido? Na equação da perfeição temos a sensação de nunca acertar e, vez ou outra, é como se uma forte tendência de sermos os melhores em tudo gritasse dentro de nós. A destreza de alguém que facilmente acredita que, neste jogo de interesses, vale a pena apostar tudo com o desejo de ser sempre o primeiro.
A filosofia do antropocentrismo colocou o homem no centro e passou a doutrinar o mundo com a concepção da satisfação e realização pessoal, não importa os outros, você é o eixo. O que importa é você, o que você faz, seus investimentos, seus sonhos, seus interesses. Enquanto o ego se alimenta desta ilusão, sem perceber, somos seduzidos com a ideia de que tudo está orbitando ao nosso redor, você só precisa ser o centro das atenções, afinal, é tudo sobre o quanto você pode fazer, sobre o quanto você é talentoso, esforçado e capaz. Somos movidos por sentimentos que oscilam de autopreservação à independência e, inconscientemente, tornamo-nos vítimas deste sistema de crenças que se divorcia das verdades do real Evangelho e substituímos princípios inerrantes e irrevogáveis das escrituras por aquilo que acreditamos como conceito abstrato do nosso intelecto ou entendimento próprio.
Certamente, se algum ícone da filosofia, com todos os argumentos possíveis, tentasse explicar, ainda não conseguiria definir a razão que vai muito além da nossa capacidade racional de compreender um Deus que se fez servo, entregou seu único Filho e como sacrifício até a morte de Cruz nos escolheu como a sua habitação e nele fomos regenerados de uma vez por todas. Uau! Cristo fez-se morada dentro de nós e agora, não por uma filosofia convincente, mas decido crer em um Evangelho que transforma a minha natureza e renova a minha mentalidade, dia após dia.
Apropriar-se das verdades contidas na palavra é abrir mão de entender dogmas e paradigmas, pois a lógica do céu é completamente diferente de qualquer pensamento humanista. Não cabe dentro de uma caixinha. Não é limitado. Não é congruente. Quando você depara com a Bíblia, logo perceberá que o confronto vem do entendimento de que você não é o primeiro, é apenas o terceiro, antes vem o próprio Deus, e depois o próximo. É exatamente aí, que você percebe a importância do evangelho.
Quando Deus revelou Cristo aos homens, o apontou como o único para quem devemos olhar e o único a quem devemos nos apoiar. Entretanto, a partir desses pressupostos; qualquer expectativa que se possa criar em torno da religião, será utópica. Jesus não veio nos apresentar uma nova religião, uma filosofia ou uma premissa, Ele veio para tornar possível a reconciliação com Deus, para livrar e perdoar o homem de seus pecados e para nos amar incondicionalmente. Enquanto o homem se esforça com suas liturgias e habilidades, Deus vem ao mundo em carne, em resposta a essa busca, para confirmar que o Evangelho, a sua graça e seu amor não são meras filosofias, são mais reais que o ar que você respira.
Matheus Grismaldi é escritor, missionário e assessor de comunicação e imprensa em Angola, África. Também integra equipe de plantações de Igrejas, dedica-se ao discipulado, apaixonado pelo Evangelho e faz parte da liderança na Igreja Videira, Vinha Angola. É o filho caçula de três irmãos, nascido em lar cristão, natural de São Paulo, carrega o sonho de ver uma geração vivendo a grande comissão e missões transculturais.
* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
Leia o artigo anterior: Não anule a justiça de Cristo