Ser cristão no Brasil, reconhecimento que faltava ser expresso por autoridades brasileiras

Desde a colonização, os cristãos, em algum momento, foram perseguidos e muitos até levados à morte.

Fonte: Guiame, Patrícia AlonsoAtualizado: terça-feira, 3 de setembro de 2019 às 19:57
Jair Bolsonaro durante visita ao Templo de Salomão. (Foto: Alan Santos/PR)
Jair Bolsonaro durante visita ao Templo de Salomão. (Foto: Alan Santos/PR)

No domingo (03), o presidente Bolsonaro esteve no Templo de Salomão, onde recebeu a unção do Bispo Macedo para que possa continuar a ser um presidente abençoado e sábio.

Muitas foram as manifestações contra e a favor, mas a ida do presidente Bolsonaro ao maior Templo Evangélico no Brasil e aceitar ser ungido tem um significado histórico ímpar.

Desde a sua colonização, os cristãos, em algum momento, foram perseguidos, muitos até levados à morte, como foi o caso do pastor calvinista Jacques de Balleur.

Conta-nos a História, que na chamada invasão francesa (1555), Nicolas Durand de Villegaignon (1510-1571), fingindo-se de calvinista, alcançou a amizade do vice-almirante Gaspard de Coligny, um dos principais conselheiros do reino, que nutria fortes simpatias pela Reforma, conseguindo, assim, o apoio do rei Henrique II (1547-1559), para fundar aqui no Brasil a França Antártica, que serviria de refúgio aos protestantes perseguidos e escorraçados na Europa.

Viagem autorizada, depois de reunir um bom número de homens, chegaram ao Rio em 10 de novembro de 1555. Villegaignon impôs trabalhos forçados aos colonos. Isso fez com que sua estadia no Brasil não fosse tranquila.

Segundo o historiador Auderi de Souza Matos, "Diante das dificuldades surgidas, Villegaignon decidiu escrever à Igreja Reformada de Genebra, solicitando o envio de pastores e outras pessoas que ajudassem a elevar o nível religioso e moral da colônia e evangelizassem os indígenas. Por sua vez, Calvino e seus colegas escolheram alegremente para acompanhar o grupo os pastores Pierre Richier (50 anos) e Guillaume Chartier (30 anos).

Depois outros huguenotes (calvinistas franceses) também vieram ao Brasil.

Após a expulsão dos franceses da Guanabara, Anchieta e Manuel da Nóbrega teriam instigado o Governador-Geral Mem de Sá a prender em 1559 um refugiado huguenote, o alfaiate Jacques Le Balleur, e a condená-lo à morte por professar "heresias protestantes".

Em 1567, Jacques Le Balleur foi preso, e conduzido ao Rio de Janeiro para ser executado, mas o carrasco teria recusado a executá-lo. Diante disso, Anchieta o teria estrangulado com suas próprias mãos. O episódio é contestado como apócrifo pelo maior biógrafo de Anchieta, o padre jesuíta Hélio Abranches Viotti."

Na realidade, por muito tempo Padre José de Anchieta foi apenas beatificado por causa desse acontecimento, e poucos anos atrás o Vaticano acabou o reconhecendo como santo, mas a História está aí para demonstrar a intolerância que existiu no Brasil.

Ser cristão no Brasil incomoda. Tanto incomoda, que até em processo de separação judicial, tive a oportunidade de ler que a parte que queria o divórcio alegava que uma das questões para a separação era a religião.

Claro que tal alegação foi rechaçada pelo TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo), ao pincelar que a "religião evangélica" que tanto incomodava a parte, na realidade já fazia parte do relacionamento do casal antes mesmo de se casarem.

Mas nesse final de semana, o presidente Bolsonaro fez a sua parte como um ótimo estadista. E elegantemente, ao ir até o Templo de Salomão assistir o culto e aceitar receber a unção, demonstrou ao Brasil e ao mundo que é possível ser o presidente de todos os povos, raças, línguas e religiões. Sem pré-julgamentos, sem preconceito, mas respeitando a diversidade e a particularidade de cada cidadão brasileiro.

Que esse gesto de humildade, mansidão e, acima de tudo, temor a Deus, possa fazer do presidente Bolsonaro o maior Estadista do Brasil, e que seus atos possam se perpetuar por muitas gerações.

Por Patrícia Regina Alonso é mãe, advogada há 20 anos, teóloga, musicista formada pelo Conservatório Musical Ernesto Nazareth. Foi capelã do Hospital das Clínicas de São Paulo. É membro da ADVEC. Escritora do Livro “Alienação Parental o Lado obscuro da Justiça Brasileira” e colaborou no livro “A invisibilidade de crianças e mulheres vítimas da perversidade da Lei da Alienação Parental”.

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Fontes: Wikipedia

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