Procura-se amante!

Procura-se amante!

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:28

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Isabelle Ludovico

Recebi pela internet a mensagem abaixo e decidi reproduzi-la com ligeiras modificações.

Toda mulher precisa de dois homens: um em casa e outro fora de casa. Todo homem precisa de duas mulheres: uma em casa e outra fora de casa. Para entender, é muito simples: O marido/a mulher cuida do funcionamento da casa. O outro/a outra cuida de você.

O marido/a mulher fala dos problemas, das contas a pagar, das dificuldades do dia. O outro/a outra fala da saudade que sentiu de você durante a sua ausência.

O marido/a mulher compra uma roupa nova para ir a um compromisso de trabalho. O outro/a outra tira essa mesma roupa só pra você.

O marido/a mulher dorme com aquela camiseta velha e às vezes até de meia. O outro/a outra dorme completamente nu/nua, abraçadinho/abraçadinha a você. O marido/a mulher reclama das coisas que tem que consertar em casa. O outro/a outra te recebe no apartamento onde tudo funciona perfeitamente.

O marido/a mulher telefona pedindo que compre algo no supermercado, padaria etc. O outro/a outra telefona só pra dizer que comprou um champagne que você vai adorar.

O marido/a mulher reclama do chefe, do trabalho, do cansaço de acordar cedo. O outro/a outra reclama da sua ausência e dos dias que fica sem vê-lo/vê-la.

Bem, você vai me perguntar: "Por que não trocar o marido/a mulher pelo/a amante?" Pelo simples fato de que o/a amante, se for viver com você, passará para o papel de marido/mulher e logo você precisará arrumar outro/outra.

A Bíblia nos ensina a considerar todas as coisas e reter o que é bom. A mensagem contribui para desmistificar um pensamento muito comum e estimulado por novelas e filmes: a fantasia de que um amante seria a solução para a falta de paixão na sua relação conjugal. De fato, a rotina, as obrigações, a ênfase no funcionamento da casa tendem a matar o lado romântico que conhecemos na época da conquista e do namoro. Mas, em vez de iniciar outra paixão, como fez Vinicius de Moraes oito vezes, ou cobrar de seu parceiro sua falta de dedicação, que tal despertar novamente o/a amante que há em você?

Um grande erro no casamento é cobrar do outro a nossa felicidade. A felicidade não é fruto de conseqüências favoráveis, mas da capacidade pessoal de descobrir e desfrutar das pequenas alegrias do dia-a-dia. A relação é o que a gente faz dela. A gente não pode mudar o outro, mas nossa mudança irá naturalmente modificar a nossa relação. Se esta se tornou insípida, é porque negligenciamos a aliança que fizemos e paramos de cultivar o apreço pelo outro.

Após a primeira etapa de paixão simbiótica, em que nos deliciávamos por descobrir tudo o que tínhamos em comum, as diferenças começam a aparecer e provocar conflitos que muitas vezes não são tratados, mas apenas evitados. Lentamente, o relacionamento vai se distanciando e vamos acumulando mágoas e desencontros que nos levam a buscar compensação em outros projetos: trabalho, filhos, amizades, igreja etc. Por não saber como lidar com algumas expectativas que não se cumpriram, tendemos a nos acomodar numa relação superficial, funcional, sem intimidade. As diferenças também se manifestam na relação sexual, que se torna mecânica e muitas vezes frustrante.

Uma relação boa não acontece por acaso. Ela é construída com muita perseverança, honestidade e coragem para lidar com os desencontros com flexibilidade, tolerância, capacidade de se colocar no lugar do outro e respeitar seus sentimentos, mesmo que sejam muito diferentes dos nossos. Todo casamento é bicultural e requer a disposição de aprender a linguagem do outro, entender suas atitudes a partir de sua herança familiar e perceber nas reações agressivas ou no isolamento um pedido de socorro.

Resgatar o namoro é voltar a olhar o outro como um presente de Deus, um mistério, uma pessoa com limitações e feridas, mas cheia de recursos, talentos e dons. Eu preciso ser a mudança que quero ver no outro. Com o tempo, tendemos também a banalizar o amor de Deus e passamos a cobrar cada vez mais. Diante da cruz, deveríamos ter vergonha dessa postura. Ao buscar em Deus a renovação da alegria da sua salvação, poderemos nos voltar para nosso próximo não para pedir mais atenção ou carinho, mas para compartilhar essa fonte de água viva que transborda de nós e nos fertiliza.

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