Cristãos fazem ceia de Natal em quatro presídios femininos: ‘Celebramos Jesus’

A A.M.E preparou uma ceia de Natal em quatro presídios femininos e levou as detentas a celebrar o nascimento de Jesus.

Fonte: GuiameAtualizado: sexta-feira, 26 de dezembro de 2025 às 13:11
A ceia de Natal nos presídios. (Foto: Reprodução/Instagram/A.M.E)
A ceia de Natal nos presídios. (Foto: Reprodução/Instagram/A.M.E)

Neste Natal, mulheres detidas em quatro presídios foram surpreendidas por uma ceia organizada pela ONG A.M.E. Na ocasião, elas se sentaram à mesa, louvaram e foram impactadas pelo Evangelho. 

A pastora Shaila Manzoni, fundadora da instituição, mobilizou uma equipe de cristãos para preparar a ceia de Natal de detentas em Goiás e no Distrito Federal.

“Em cada um deles, testemunhamos o verdadeiro Natal sendo vivido e honrado da forma que o Aniversariante deseja”, disse ela no Instagram.

No Presídio de Luziânia, em Goiás, ela informou que todas as refeições foram doadas. Na Unidade Prisional de Formosa, também em Goiás, além dos alimentos e decorações presentes, Bíblias foram doadas para todas as detentas.

Na Unidade Prisional Feminina de Barro Alto, Goiás, a organização recebeu a doação de um kit com diversos alimentos, tortas e biscoitos. Já na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, a refeição foi preparada “com muito carinho” por voluntários.

“O Evangelho oferece misericórdia sem negar a responsabilidade e anuncia que novas escolhas são possíveis. Na mesa onde Cristo se reparte, o Natal acontece, e a vida nova deixa de ser ideia para se tornar caminho vivido”, afirmou Shaila.

E continuou: “Esse é o verdadeiro Natal. Deus escolhendo nascer nos lugares improváveis. Enquanto muitos associam o Natal ao conforto, à abundância e aos presentes, o Natal de Jesus nos aponta para outro caminho”.

“Ele não começa em palácios, nem nos centros de poder. Ele começa à margem. Num lugar simples, esquecido, onde ninguém esperava que Deus estivesse. Jesus nasce vulnerável, exposto, sem privilégios. Não para romantizar a pobreza ou a dor, mas para revelar onde Deus decide estar e até onde Ele está disposto a ir para se aproximar de nós”, acrescentou.

‘O amor de Cristo alcançou este lugar’

No pátio das prisões, a equipe montou mesas onde as detentas participaram de um culto. O louvor foi conduzido por Jonatas Oliveira e, em seguida, Shaila ministrou a Palavra de Deus.

Muitas mulheres oraram juntas e declararam que são valiosas para o Senhor: “O Cristo encarnado continua se revelando hoje nos mesmos lugares onde sempre escolheu estar. Aqui, o Natal anuncia que ninguém é definido apenas pelo seu passado.

Que a dignidade pode ser restaurada. Que a esperança pode nascer mesmo quando as circunstâncias ainda não mudaram”. 

“Onde muitos veem apenas muros e sentenças, Deus vê pessoas. E quando o amor de Cristo alcança um lugar como este, o Natal acontece”, acrescentou a pastora.

Crianças

Além de proporcionar a ceia de Natal, a A.M.E também preparou um momento especial onde os filhos das detentas receberam suas mães com presentes.

Sobre a iniciativa, Shaila destacou o cuidado de Deus não apenas com as mulheres privadas de liberdade, mas também com seus filhos:

“Essa é uma ação que na verdade quem teve essa ideia foi Deus, o Deus que cuida de vocês e não só de vocês, o Deus que cuida dos filhos de vocês. Então hoje é um dia para se lembrar que Ele é o Deus que não somente não esqueceu de vocês, mas o Deus que também não esquece dos filhos de vocês. Que essa seja uma forma de vocês estarem presentes na vida deles”.

Segundo a organização, o gesto foi mais do que a entrega de presentes. Dentro do ambiente prisional, crianças receberam, das próprias mães, o amor e a presença que sempre sonharam receber. 

Para muitas mulheres, o momento representou a possibilidade de escolher, preparar e entregar pessoalmente aquilo que sonhavam oferecer aos filhos, mesmo cumprindo pena.

“É sobre mães que cumprem pena vivendo o milagre de escolher e entregar pessoalmente aquilo que sempre desejaram dar aos seus filhos. Porque quando uma criança é alcançada por um amor que envolve escolha e presença, não é apenas um vínculo que se preserva. É um ciclo que começa a ser rompido e um futuro que deixa de ser sentença”, concluiu ela.

A.M.E

Criada oficialmente em 4 de agosto de 2018, a ONG Ame Mulheres Esquecidas (A.M.E) oferece dignidade a mulheres em presídios e contribui com a reintegração delas à sociedade após o cumprimento da pena. 

Após um sonho, onde se via em um presídio feminino cuidando de mulheres esquecidas, pastora Shaila Manzoni fundou a instituição.

A primeira visita a um presídio aconteceu apenas em maio de 2020, quase dois anos após a fundação, mas foi o ponto de partida para o desenvolvimento de diversos projetos sociais.

Desde então, a A.M.E. passou a promover ações, visitas e campanhas de doação, além de atrair voluntários engajados com a causa. Em pouco tempo, a ONG deu início ao processo de legalização como associação sem fins lucrativos e lançou programas como o Recomeçar, voltado para a ressocialização das detentas.

“Entre idas aos presídios, ações, doações e muitos desafios, iniciamos o processo para nos tornarmos uma associação sem fins lucrativos”, informou o site da instituição. 

Em menos de 2 anos, eles se tornaram uma organização social: “Sabemos que não realizamos um trabalho considerado muito ‘bonito’ e também sabemos que esse não é o trabalho mais ‘aceito’, mas, certamente, é um dos mais necessários”.

E continuaram: “Estamos em lugares em que a maioria das pessoas não gostaria de estar, lidamos com pessoas que a sociedade insiste em ignorar, mas fazemos isso por elas, porque o Amor não pergunta quem merece, mas quem precisa. Elas precisam de nós! O que começou com uma ideia, hoje é uma realidade. O Amor está gerando muitos frutos, mas precisamos multiplicar”.

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