O presidente colombiano, Gustavo Petro, ordenou a abertura de uma embaixada na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, segundo informou o ministro das Relações Exteriores, Luis Gilberto Murillo, a jornalistas na quarta-feira (22).
“O presidente Petro deu ordem para que abramos a embaixada da Colômbia em Ramallah, a representação da Colômbia em Ramallah, esse é o próximo passo que vamos dar”, disse Murillo.
No início deste mês, Petro, que já havia chamado de volta o embaixador colombiano em Tel Aviv, declarou que iria romper relações diplomáticas com Israel. O motivo declarado foi a continuidade da guerra contra o Hamas em Gaza. A embaixada foi fechada em 3 de maio.
Ramallah funciona como capital administrativa da Autoridade Palestina, que é liderada por Mahmoud Abbas. Além de governar partes da Cisjordânia, a AP está no centro do debate sobre quem poderia governar Gaza no lugar do Hamas, o grupo terrorista que Israel busca derrubar em resposta ao ataque de 7 de outubro.
Murillo acrescentou que acredita que mais países em breve deverão a apoiar o reconhecimento de um Estado palestino nas Nações Unidas, um esforço que a Colômbia já apoia.
Posição da ONU
Em 10 de maio, a Assembleia Geral das Nações Unidas apoiou esmagadoramente a candidatura palestina para se tornar membro pleno da ONU, reconhecendo-a como qualificada para adesão e recomendando ao Conselho de Segurança da ONU que "reconsiderasse a questão favoravelmente".
O presidente colombiano criticou duramente o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e solicitou juntar-se ao caso da África do Sul que acusa Israel de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça.
O ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, acusou Petro de ser "antissemita e cheio de ódio" após a decisão da Colômbia de cortar relações com Israel, afirmando que a medida foi uma recompensa para o Hamas.
Estado Palestino
A ordem foi emitida na mesma semana em que três nações europeias – Noruega, Irlanda e Espanha – anunciaram que reconheceriam o Estado da Palestina. Essa medida provocou a ira do governo israelense, com Netanyahu também classificando tal reconhecimento como uma "recompensa pelo terror".
A Colômbia não foi o primeiro país latino-americano a cortar relações com Israel desde o início da guerra com o Hamas. A Bolívia o fez no final de outubro do ano passado, enquanto vários outros países da América Latina, incluindo Chile e Honduras, chamaram de volta seus embaixadores.
A guerra foi iniciada em 7 de outubro, quando milhares de terroristas do Hamas invadiram Israel por terra, ar e mar, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 252 reféns.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, mais de 35 mil pessoas na Faixa foram mortas ou são consideradas mortas nos combates até agora, embora apenas cerca de 24 mil mortes tenham sido identificadas em hospitais.
O número de vítimas, que não pode ser verificado, inclui cerca de 15 mil agentes terroristas que Israel afirma ter matado em combate. Israel também afirma ter matado cerca de 1.000 terroristas dentro de Israel em 7 de outubro.