Em seu primeiro discurso desde o fim dos conflitos de 11 dias, o líder do Hamas em Gaza ameaçou retomar a guerra contra Israel caso “viole” a mesquita Al-Aqsa, localizada no Monte do Templo, em Jerusalém.
“O que aconteceu é apenas uma simulação do que acontecerá se Israel violar a mesquita de Al-Aqsa”, disse Yahya Sinwar na quarta-feira (26). Ele ainda alertou Israel que “Al-Aqsa tem homens que irão defendê-la”.
O líder do Hamas se refere ao Monte do Templo como um local islâmico, apesar de ser o terceiro ponto mais sagrado para os muçulmanos, depois de Meca e Medina, e o primeiro mais sagrado para judeus.
“O inimigo [Israel] e o mundo devem saber que este foi só um ensaio geral, uma pequena manobra, que mostra o que poderia acontecer se Israel tentar prejudicar al-Aqsa novamente”, frisou Sinwar.
O líder do Hamas disse ainda que, “dentro de Israel, temos mais de 10.000 homens-bomba — no caso de Israel tentar fazer mal a Al-Aqsa”. Ele ainda sugeriu que os homens recrutados pelo grupo terrorista podem realizar ataques com facas ou ataques com carros, informa o World Israel News.
Sinwar disse também que não evitaria ser morto por Israel em um ataque direcionado. “O maior presente que Israel pode me dar é me assassinar”, disse ele. “Eu prefiro morrer como mártir de um F-16 do que de coronavírus ou outra doença.”
Financiamento do Hamas
No discurso, ele prometeu não tocar em “um único centavo” da ajuda internacional para reconstruir Gaza após sua guerra com Israel.
Sinwar disse que Gaza tem “recursos financeiros suficientes”, sendo que “uma grande parte vem do Irã”, e outra parte árabes, muçulmanos e simpatizantes de sua causa.
Durante uma visita a Israel na quarta, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que toda a ajuda internacional iria beneficiar “o povo palestino, não o Hamas”.
Sobre isso, Sinwar afirmou: “Eu digo ao Blinken e a todos os outros: chega de brincar com nossas divisões internas. Sabemos como resolver nossos problemas internamente”, disse. “Vamos abrir caminho para quem quiser reconstruir Gaza ou melhorar a situação econômica.”
O Ministério da Defesa de Israel defende que todos os fundos para Gaza sejam administrados por sistema internacional, para beneficiar as pessoas diretamente e evitar que o grupo terrorista reabasteça seu arsenal de foguetes.
O confronto militar entre Israel e Hamas terminou em um cessar-fogo na sexta-feira passada (21).
A guerra de 11 dias começou com foguetes disparados pelo Hamas contra Jerusalém, seguido por cidades no sul de Israel e Tel Aviv. Em resposta, Israel atacou alvos na Faixa, matando cerca de 250 pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde dirigido pelo Hamas, que não faz distinção entre membros de grupos terroristas e civis.
Doze pessoas foram mortas em Israel, incluindo um menino de 5 anos e uma menina de 16 anos.