O presidente dos EUA, Donald Trump, aterrissou no Aeroporto Internacional Ben Gurion nesta segunda-feira (13), onde foi recebido pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e membros do governo israelense.
A chegada ocorreu sob forte esquema de segurança, com tapete vermelho, bandeiras hasteadas e ampla cobertura da imprensa internacional.
Prime Minister Benjamin Netanyahu and US President Donald Trump, today at the Knesset in Jerusalem. pic.twitter.com/kjqKi7iBSZ
— Prime Minister of Israel (@IsraeliPM) October 13, 2025
Trump chegou ao país para discursar no Knesset, o Parlamento israelense, e acompanhar a libertação dos últimos 20 reféns israelenses vivos mantidos pelo Hamas há 738 dias.
A chegada dos reféns faz parte da primeira fase do acordo de paz que visa pôr fim à guerra iniciada em 7 de outubro de 2023.
Em seu discurso, Trump exaltou a libertação dos reféns como “um triunfo incrível para Israel e para o mundo” e declarou:
“Esta é a minha grande honra – um grande e belo dia. Um novo começo”, disse o presidente americano. “Este é um dia histórico, o fim de uma era de mortes e terror, e um novo amanhecer para o Oriente Médio.”
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“Hoje os céus estão calmos, as armas estão em silêncio”, disse ele, “em uma região que viverá em paz por toda a eternidade”.
Em diversos momentos, o presidente americano foi ovacionado de pé por todos os presentes.
“Contra todas as probabilidades, fizemos o impossível e trouxemos nossos reféns de volta para casa”, declarou Trump às autoridades de Israel reunidas no Knesset.
Referências à fé e à Bíblia
Trump fez referência ao livro sagrado dos judeus e à ideia de Deus como testemunha do momento histórico.
“Nos reunimos em um dia de profunda alegria, de esperança crescente, de fé renovada – e, acima de tudo, um dia para dar nossos mais profundos agradecimentos ao Deus Todo-Poderoso de Abraão, Isaque e Jacó”, disse ele.
“Os reféns estão de volta! É tão bom poder dizer isso”, discursou. “Este é o nascimento de um novo Oriente Médio, onde a paz deve florescer sob o olhar de Deus.”
A menção à fé foi recebida com entusiasmo, especialmente por parlamentares religiosos, que viram na fala um sinal de alinhamento espiritual com Israel.
“Após tantos anos de guerra incessante e perigos sem fim, hoje, os céus estão calmos, as armas silenciadas, as sirenes silenciosas, e o sol nasce em uma Terra Santa que finalmente está em paz”, disse Trump. “Uma terra e uma região que viverão, se Deus quiser, em paz por toda a eternidade.”
‘Amigo de Israel’
O primeiro-ministro israelense, que discursou antes do presidente americano, descreveu Trump como “o maior amigo que Israel já teve”.
“Trump é o maior amigo que Israel já teve na Casa Branca. Seu nome estará para sempre gravado na história do nosso povo”, afirmou.
Trump e Netanyahu se cumprimentam no Knesset durante cerimônia histórica marcada pelo retorno dos reféns. (Foto: @IsraeliPM)
Netanyahu evocou a Bíblia ao dizer que “em nossos momentos mais escuros, pedimos a Deus que nos mostrasse um caminho – e ele o fez através de nossos amigos”.
"Há tempos de paz e tempos de guerra. Os dois últimos anos foram tempos de guerra, mas agora entramos em tempos de paz. Dentro e fora de Israel", declarou o primeiro-ministro.
Netanyahu destacou ainda o papel de Trump em reconhecer Jerusalém como capital de Israel, apoiar as operações militares contra o Irã e promover os Acordos de Abraão.
O Knesset estava lotado. Bandeiras de Israel e dos EUA decoravam o plenário, e o ambiente era de celebração e reverência.
Parlamentares de diferentes partidos se uniram em aplausos e cânticos. O presidente Isaac Herzog também esteve presente, reforçando o caráter histórico da ocasião.
Herzog saudou a libertação dos primeiros reféns do Hamas e disse que Israel estava aguardando a libertação de todos os prisioneiros remanescentes.
“Com agradecimentos a Deus acolhemos nossos entes queridos. Estamos esperando por todos – todos os últimos”, disse Herzog.
Egito e a Cúpula da Paz
Após o discurso, Trump seguiu para Sharm el-Sheikh, no Egito, onde liderará uma cúpula internacional ao lado do presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi.
O encontro reunirá líderes de mais de 20 países, incluindo Emmanuel Macron, Keir Starmer, Pedro Sánchez e Recep Tayyip Erdogan.
O objetivo é assinar um documento que formaliza o fim da guerra na Faixa de Gaza e iniciar uma nova fase de reconstrução e estabilidade regional.
Segundo o plano de paz, as próximas etapas incluem:
A criação de uma força de segurança palestina com apoio árabe.
O desarmamento do Hamas.
A reconstrução de Gaza com financiamento internacional.
A supervisão do processo por Trump e pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.